Quando o assunto é dinheiro público para bancar a disputa pelo poder, o PL de Jair Messias Bolsonaro e o PT de Luiz Inácio Lula da Silva se unem em torno do ditado popular "da farinha pouca, meu pirão primeiro".
O Partido Liberal rapidamente se transforma em um, digamos, PLdoB, o que faz lembrar a fidelidade histórica do PCdoB com o Partido dos Trabalhadores, mais especificamente ao lulismo.
Obviamente que estou me referindo ao chamado fundo eleitoral, caminhando, na calada da noite, nos porões dos bastidores, para ter um aumento de quase 150% em relação ao pleito municipal de 2020.
Isso mesmo, caro e atento leitor, 150%. Saindo de R$ 2 bilhões para R$ 4,9 bilhões. O faz-me-rir vem dos cofres públicos, dinheiro do senhor João, de dona Maria, do povo brasileiro.
No Congresso Nacional, na sua Câmara dos Deputados, parlamentares bolsonarianos e lulistas, quando a pauta é o fundo eleitoral, estão de mãos dadas, na base do "um por todos, todos por um".
Como tem a maior bancada, com 99 deputados, o PL vai receber a "irrisória" quantia de R$ 879 milhões para usar na sucessão municipal de 2024. Logo atrás vem o PT, que tem 69 parlamentares, com a "ninharia" de R$ 616 milhões.
Enquanto bolsonaristas e petistas se unem lá por cima, no planalto, em torno dos milhões do fundo eleitoral, na planície ficam brigando, se xingando, cada um defendendo seu líder-mor.
Os milhões de reais fazem com que o PL e PT fiquem unidos, com seus deputados de mãos dadas, dando um chega pra lá nos apaixonados bolsonaristas e lulistas.
Só falta agora o ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, ilustre filiado do PL, ligar para Luiz Inácio Lula da Silva, mandatário-mor do país, e pedir para que use toda sua influência na aprovação de um fundão de R$ 4,9
bilhões.
Coisas da política, diria o saudoso e inesquecível jornalista Carlos Castelo Branco na sua conceituada coluna no então Jornal do Brasil.
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