O lulopetismo da Bahia anda se queixando dos encontros do senador Angelo Coronel (PSD) com lideranças da oposição. Mas quando o assunto é a composição da majoritária que vai disputar o pleito de 2026, o silêncio é ensurdecedor.
O lulopetismo quer que o Coronel fique assistindo sua defenestração da majoritária sem se movimentar. Tenha santa paciência! Além da chamada chapa puro-sangue, ainda monitora os passos do senador, quer o parlamentar calado.

O bom conselho é deixar o Coronel em paz, que não costuma levar desaforo para casa. Ledo engano se o PT achar que o parlamentar é um menino amarelo.
Questionado sobre os "fiscais" do PT, o deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD) saiu em defesa do pai: "Ele é suprapartidário, não vai deixar de conversar com ninguém. É um político aberto a todos, de qualquer linha".
A sorte do lulopetismo é que o filho do Coronel tem um temperamento diferente do pai. É calmo. Nos bastidores, no entanto, longe dos holofotes e do povão de Deus, diz que deixar o senador fora da majoritária é motivo para romper com a base aliada e procurar outro caminho político.
O lulopetismo procura um jeito de evitar a saída do PSD da base de sustentação política do governo JR. Lembrando novamente ao caro e atento leitor que Gilberto Kasssb, presidente nacional do PSD, acompanha com muito interesse o desenrolar desse imbróglio. Outro lembrete é que Kassab tem dito, em conversas reservadas, que a principal consequência política da defenestração do Coronel da majoritária é o rompimento do PSD com a base aliada, que é o maior desejo de Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais do governador de São Paulo e presidenciável Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Salta aos olhos que o governador Jerônimo Rodrigues, que quer igualar seu currículo ao de Jaques Wagner e Rui Costa, duas vezes chefe do Palácio de Ondina, é quem mais se preocupa com a teimosia de uma composição 100% petista, também rotulada de "Chapa da Soberba" ou, se o caro e atento leitor preferir, "Chapa do Sapato Alto".
O que o lulismo pode fazer para evitar o rompimento do PSD? O que começa a ser ventilado no staff petista é a hipótese de Angelo Filho ser vice de Jerônimo Rodrigues. O pai, Angelo Coronel, sairia candidato a deputado federal. O MDB dos irmãos Vieira Lima, Lúcio e Geddel, abriria mão da indicação do vice?
Vale ressaltar que Angelo Filho como vice de Jerônimo Rodrigues é um desejo do PT. Não se sabe qual será a reação do Coronel e do também senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, quando o assunto sair dos bastidores.
Quem também está de olho na política da Boa Terra é o presidente Lula. Se o petista-mor perceber que o imbróglio em torno da majoritária vai persistir, não hesitará em resolver o problema. Lula sabe da importância do PSD da Bahia na sua reeleição.
PS - Veja o que diz Lúcio Viera Lima, presidente de honra do MDB, sobre a composição da majoritária da base aliada: "Vai ser a chapa da reeleição: reeleição de Jerônimo Rodrigues, reeleição de Jaques Wagner, reeleição de Angelo Coronel e reeleição de Geraldo Júnior. Rui Costa vai ser deputado federal". A expectativa fica por conta da reação do ministro-chefe da Casa Civil com a declaração do emedebista, que o defenestrou, sem dó e piedade, da chapa.
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