O deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade) e o prefeito Augusto Castro (PSD-reeleição), quando o assunto diz respeito as pesquisas de intenções de voto para a disputa da Prefeitura de Itabuna, polarizam a discussão. O terceiro colocado não consegue encostar no segundo. O chamado "empate técnico" ainda não deu o ar da graça.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que pesquisa é o retrato do momento. E aí não tem como não lembrar de Magalhães Pinto, ex-governador de Minas : "Política é como a nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou".
Nas redes sociais, no entanto, que é um meio de comunicação importante e imprescindível no processo eleitoral, a polarização passa a ser entre Augusto e o ex-alcaide Geraldo Simões, pré-candidato do PT.
O chefe do Executivo vem fazendo tudo que o geraldismo quer : fazer de Geraldo o principal crítico do governo municipal. O caso dos outdoors é a prova inconteste de que Augusto precisa de conselheiros que enxerguem o lado político da política.
O problema é que Augusto, que legitimamente busca o segundo mandato, tem ao seu lado uma "penca" de puxa-sacos, que para agradá-lo ficam dizendo que tudo caminha a contento. O puxa-saquismo, além de vergonhoso, é mortal. O melhor conselho é um chega pra lá.
Ainda há tempo para Augusto abrir os olhos, sob pena do seu desejo de permanecer por mais quatro anos no comando do município virar um grande pesadelo.
Augusto, tendo a companhia do PT 2, sob a liderança do vereador Manoel Porfírio, entusiasmado defensor da reeleição, que tem como aliado-mor Rosemberg Pinto, líder do governador Jerônimo Rodrigues no Parlamento estadual, colocou Geraldo Simões no jogo sucessório.
Augusto deveria tratar esse pega-pega entre os "dois" PTs - geraldista e augustiniano - com desdém. O problema é do partido, que os petistas resolvam, que a briga fique lá com os "companheiros".
O gestor do cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves comete o erro de se mostrar preocupado com o imbróglio no Partido dos Trabalhadores, com uma candidatura de Geraldo Simões, que, por sua vez, já começa a achar que o alcaide é seu maior "cabo eleitoral".
Concluo dizendo que a sucessão de Itabuna está aberta, diria até que escancarada. O desaconselhável "já ganhou" e também o "já perdeu" devem ser engavetados.
Surpresas e sobressaltos são inerentes ao movediço, perverso e traiçoeiro mundo da política. A disputa vai ser acirrada. O que se espera é que a eleição ocorra com civilidade e mútuo respeito entre os candidatos.
Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, Amém, diria o saudoso, polêmico, irreverente e inquieto jornalista Eduardo Anunciação na sua conceituada coluna Política, Gente, Poder, no Diário Bahia.
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