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Domingo, 06 de Outubro de 2024
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Editorial

Aonde vamos?

Progresso em si não pode atropelar o bom senso, rasgar leis ou queimar convenções.

Fábio Lopes
Por Fábio Lopes
Aonde vamos?
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A função de um homem público é realizar por todos, pelo bem comum. Essa não é uma mera falácia ou discurso eleitoral, mas algo garantido por lei, na Constituição da República Federativa do Brasil, datada de 1988. Se há alguma distorção nessa missão,  isso se deve ao desvio de conduta do ser humano. 

Quando um político submete seu nome ao julgamento popular por meio de eleições, ele precisa estar convicto de suas obrigações, responsabilidades, atribuições, compromissos,  e papel de liderança positiva que deve exercer junto aos cidadãos e instituições do Estado Democrático de Direito. Portanto, não é tarefa fácil ter a sabedoria e a serenidade necessárias para lidar, principalmente, com críticas diárias e, - muitas delas ácidas -, severas e até injustas. Isso porque o brasileiro se acostumou a atribuir a origem e agravamento dos seus problemas à inércia do Estado. Há algo legítimo nesse posicionamento, mas até quando vamos relegar a segundo plano ou terceirizarmos nossa parcela de responsabilidade, quando é desastrosa a escolha de um gestor ou representante ou ainda a sociedade não consegue fazer sua parte no momento em que os poderes legalmente constituídos se mostram incompetentes ou omissos? 

Pois bem. Feita a inflexão, fica a reflexão: o que tem sido realizado pelos atuais ocupantes dos cargos públicos eletivos para o progresso das cidades, estados e país? O que difere a atuação de um vereador da de um deputado estadual? Como creditar todo o (in) sucesso de uma administração ao fato de ser correligionário, apoiado ou não, pelo Governo e/ou União? Como se apresentam os instrumentos (eficientes ou não) em nome da transparência de um mandato? Qual a contribuição da imprensa nisso tudo? E o mais importante: como o Brasil evolui em termos de políticas públicas de qualidade que resolvam (ou atenuem) velhos problemas históricos, como os da saúde, educação, saneamento básico, transporte e escoamento da produção agrícola e pecuária. Numa nação em que o Estado acaba sendo protagonista dos maiores investimentos e concentra toda a sua riqueza, a partir da cobrança de impostos cada vez mais altos que, por sua vez, são mal geridos, quando não escoam pelos ralos da corrupção, o desafio tupiniquim é garantir mecanismos que valorizem a nossa gente, o capital produtivo, o nosso diferencial diante dos vorazes e competitivos mercados internacionais. O progresso em si não pode atropelar o bom senso, rasgar leis ou queimar convenções. Criar formas de não ser totalmente dependente de qualquer ente, por mais forte que seja, é o caminho para fortalecer não só políticas públicas, mas para empreender esforços necessários e aí sim atrair investimentos que gerem e movam o sonho de 15 milhões de conterrâneos: o emprego. Não se pode associar, por exemplo, a condição de um distrito gerar menos de 200 votos num pleito ao fato de que assim não mereça uma praça, ou mesmo tenha melhor acesso à sede, a fim de que produtos oriundos de pequenos agricultores possam ser consumidos pelas famílias da região central do município. Resumindo: alguém já parou para calcular o desperdício oriundo dos alimentos que ficam retidos e não conseguem ser distribuídos simplesmente pelo fato de as estradas vicinais terem péssimas condições de trafegabilidade? Óbvio que ninguém quer asfalto de ponta a ponta, mas a manutenção constante dessas vias certamente diminuiria os impactos da fome em nossas paragens. 

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O que muitos detentores de mandato na Bahia – com o perdão do trocadilho – não perceberam é que há algo muito maior que obras, realizações, atos, programas, projetos e ações numa carreira pública. Chama-se legado. Ele se manifesta através de inúmeras formas, da ordem moral a profissional. O seu efeito não é momentâneo como um analgésico, ainda que cure a dor. Prolonga-se e é lembrado ao se tornar eterno, não por estampar uma placa comemorativa ou marcar um nome no letreiro de inauguração, mas guardado para sempre na memória de cidadãos, eleitores ou não do partido do prefeito ou vereador. Legado é algo atemporal e reconhecido pelas futuras gerações, e vai muito além do voto daquele castigado distrito fadado a desaparecer do mapa dos 5.570 municípios brasileiros que pensam e agem da mesma forma pequena e mesquinha, desde o ano da graça de 1.500.

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