Mandato Bahia - Política Inteligente - Ilhéus

Sexta-feira, 25 de Abril de 2025
CÃMARA DE ILHÉUS
CÃMARA DE ILHÉUS

Ilhéus

Ministério Público Estadual e Polícia Federal construirão sedes no parque verde da avenida Soares Lopes

Uma afronta à identidade e à vontade da sociedade ilheense

Mandato Bahia
Por Mandato Bahia
Ministério Público Estadual e Polícia Federal construirão sedes no parque verde da avenida Soares Lopes
Reprodução
Espaço para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.

A cidade tem um histórico de uso da área pública da Avenida Soares Lopes, e a comunidade sempre entendeu que sua pretensão sobre essa área seria respeitada e garantida. Quem vive aqui é essa população à qual o MPE diz servir. Existem muitas áreas onde a demanda por sede desses órgãos pode ser atendida, não necessariamente na área pública da nossa avenida.

O projeto de construção das sedes do Ministério Público Estadual e da Polícia Federal despreza as intenções da sociedade ilheense, ignora suas tradições culturais, desconhece o uso tradicional da área e atropela a vocação da Avenida Soares Lopes como parque verde, destinado ao turismo, ao congraçamento social, à prática esportiva, ao lazer e às manifestações culturais.

A progressão dessa ocupação, evidenciada nas tratativas entre a SPU e os interessados, abre precedentes para outros assédios sobre a mesma área, que, ao que parece, será transformada em um "centro administrativo", sepultando os planos e aspirações turísticas que sempre sonhamos. Projetos urbanísticos bem-sucedidos em outras localidades, como Atalaia, em Aracaju; a orla de Santos; e o aterro do Flamengo, que servem como referência, também estão sob a autonomia da SPU, mas foram desenvolvidos com respeito ao interesse público.

Leia Também:

Ademais, o município possui um PDDU e outras doutrinas urbanísticas que devem ser respeitadas e cumpridas. Aos 65 anos de vida, integralmente vividos nesta cidade, nunca ouvi dizer que não teríamos autoridade e autonomia sobre os destinos dessa área. Pagamos um alto preço pelos impactos decorrentes da construção do Porto do Malhado, que ainda hoje se agravam: o assoreamento da praia da Avenida, que resultou no acréscimo de terras de marinha; o desaparecimento da praia do Pontal; o dissolvimento do bairro São Miguel, com suas ruas e casas. Tudo isso sem qualquer compensação para a sociedade ilheense.

Não compete aos ilustres procuradores esse conhecimento, já que são considerados "guardiões da cidadania"? Não deveriam se aprofundar no contexto histórico e cultural da cidade onde atuam? Ou simplesmente podem ignorar tudo isso em nome do conforto dos seus servidores, como alegam em sua justificativa frágil?

Quando o "guardião da cidadania" desfere um golpe contra uma sociedade desprevenida, o que mais podemos esperar dessa usurpação? Que outras instituições sigam o mesmo caminho? Que a nossa Avenida seja sacrificada para atender a diversas demandas sob a mesma lógica? Um centro administrativo municipal, um novo presídio, uma nova e confortável Câmara de Vereadores, o Ministério Público Federal, um quartel central da Polícia Militar, uma nova Central de Abastecimento, e até mesmo condomínios residenciais com arranha-céus para melhorar a arrecadação municipal e pagar a monstruosa dívida pública? Afinal, trata-se de uma área "meio deserta", com aspecto de abandono e, como afirma o nosso "guardião" MPE, tudo dentro de um padrão urbanístico "condizente" que "não causará impactos ambientais".

A notícia chega à comunidade ilheense como uma punhalada traiçoeira, um golpe desferido por quem menos se espera e que atinge, de forma irrecuperável, o nosso modo de ser e estar.

Era tudo o que estava faltando!

 

Acompanhe as principais notícias de Ilhéus

FONTE/CRÉDITOS: Alcides Kruschewsky Neto
Comentários:
CÂMARA
CÂMARA

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!