Se o PSD do senador Otto Alencar, presidente estadual da legenda, estivesse mesmo preocupado com a desunião na base aliada, o que pode levar o oposicionismo a sair vitorioso em importantes municípios, seria contra o lançamento da pré-candidatura de Bento Lima na sucessão de Ilhéus.
Bento Lima é uma imposição do prefeito Mário Alexandre (PSD), que impedido de disputar uma re-reeleição, já que a legislação eleitoral impede um terceiro mandato consecutivo, quer um substituto que seja chamado "de seu". Marão, como é mais conhecido, não confia em Adélia Pinheiro e, muito menos, no seu vice Bebeto Galvão (PSB).
Otto Alencar, liderança-mor do PSD, tem dois discursos: um para a sucessão de Itabuna, o outro direcionado para a vizinha e irmã Ilhéus. Inquestionável é a opinião de que o PSD está preocupado com o crescimento do Avante, sigla sob a batuta do empresário Ronaldo Carletto.
Em Itabuna, Otto quer a base aliada apoiando o segundo mandato de Augusto Castro, obviamente do seu partido. Alega que o chefe do Executivo é quem tem mais condições de derrotar os candidatos de oposição ao governo estadual ou que terão o apoio de ACM Neto, com destaque para o deputado estadual e prefeiturável Fabrício Pancadinha (Solidariedade).
Em Ilhéus, a conversa é outra, que se dane a base aliada. Otto sabe que a candidatura de Bento Lima, secretário municipal de Gestão, só faz ajudar Jabes Ribeiro (PP) e Valderico Júnior (União Brasil). Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que Adélia Pinheiro, pré-candidata do PT, é quem reúne mais condições de ganhar o pleito sucessório. Adélia, além de contar com o apoio das três principais lideranças do lulopetismo da Boa Terra - governador Jerônimo Rodrigues, senador Jaques Wagner e o ministro Rui Costa -, vem crescendo nas pesquisas de intenções de voto.
Outro ponto interessante diz respeito ao PP de Itabuna, que tem como prefeiturável Neto Badaró, que vem sendo convidado a ocupar uma secretaria no governo municipal. O PSD quer o PP apoiando à reeleição de Augusto. Mas não quer nem ouvir falar do PP lá de Ilhéus. Em Itabuna, o PP é um "beija-flor". Em Ilhéus, um "patinho feio".
A preocupação com a unidade na base aliada, seja em qualquer grupo político, é de mentirinha. A sabedoria popular costuma dizer, quando se defronta com uma situação semelhante, que "farinha pouca, meu pirão primeiro".
Concluo com uma oportuna e pertinente pergunta: O discurso do imprescindível entendimento na base aliada para derrotar o oposicionismo só vale para Itabuna ?
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