Como se comportariam os prefeituráveis se a eleição em Itabuna fosse em dois turnos com o deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade) enfrentando o prefeito Augusto Castro (PSD-reeleição) na etapa final ?
Geraldo Simões (PT) seria pressionado pelo comando estadual da legenda a apoiar o segundo mandato do chefe do Executivo, cujo partido, o PSD, integra a base aliada. As três principais lideranças do lulismo da Boa Terra - governador Jerônimo Rodrigues, senador Jaques Wagner e o ministro Rui Costa (Casa Civil) - fariam um trabalho de convencimento com o fortíssimo argumento de que a vitória de Pancadinha seria também a de ACM Neto (União Brasil).
Capitão Azevedo (PDT) e Enderson Guinho (União Brasil) seriam os primeiros a declarar apoio a Pancadinha. O militar, que já marcou a data para ser sabatinado pelo Senado do Café Pomar, é muito ligado a Neto. O vice-prefeito é presidente do diretório municipal do União Brasil, partido do ex-gestor de Salvador e secretário nacional da sigla.
O médico Isaac Nery e o advogado Dinailton Oliveira, ambos do Republicanos, iriam seguir a determinação do deputado federal Márcio Marinho, presidente estadual do partido, que muito provavelmente indicaria o apoio da sigla a Pancadinha.
Não sei qual seria a posição de Zem Costa, postulante do PSOL ao cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves, e nem a de Ivan Gusmão, que quer disputar a Prefeitura de Itabuna pela mesma agremiação partidária de Zem, filiado histórico e o preferido pela cúpula estadual da legenda.
E o engenheiro Chico França, pré-candidato pelo PL ? Seguiria a determinação do ex-ministro João Roma, liderança-mor do partido na Bahia, que tenderia a liberar o prefeiturável para tomar sua decisão, mas que não fosse a de apoiar a pretensão de Augusto de permanecer como maior autoridade do município por mais quatro anos. O prefeito de Itabuna é do PSD, partido da base aliada do petismo.
Como o processo político é cinético, com surpresas e sobressaltos, o comentário de hoje pode ser diferente do de amanhã. Mas sem significativas alterações.
PS (1) - Pretendo fazer outras simulações de segundo turno na sucessão de Itabuna. Pancadinha versus Chico França faria com que o PT que quer apoiar Augusto Castro se unisse ao PT que defende candidatura própria na federação com o PCdoB e PV.
PS (2) - De um lado Pancadinha, o candidato de ACM Neto. Do outro, Chico França, do PL, sigla do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Dando nomes aos "bois", o ex-prefeito Geraldo Simões e o vereador licenciado Manoel Porfírio ficariam no mesmo palanque : o da neutralidade.
PS (3) - Como Pancadinha é o primeiro colocado em todas as pesquisas de intenções de voto, mantendo até uma diferença considerável em relação ao segundo, estaria sempre na disputa final, na segunda etapa do processo sucessório.
NOVA PESQUISA
É grande a expectativa de uma nova pesquisa sobre a sucessão de Itabuna. Não haverá nenhuma mudança na posição dos prefeituráveis em relação as enquetes anteriores. Primeiro, segundo, terceiro... serão os mesmos. O que pode mudar é a rejeição. Vale lembrar que o nome do engenheiro Chico França, pré-candidato pelo PL, será incluído no questionário com a tradicional pergunta : Se a eleição fosse hoje em quem você votaria para prefeito de Itabuna ? Chico França passa a ser a novidade da consulta. A opinião que vai tomando corpo, tanto nas conversas de rua como nos bastidores, entre as lideranças políticas, é que o prefeiturável do Partido Liberal tem um caminho de crescimento pela frente. No mais, esperar o que a pesquisa vai dizer, para a alegria de alguns e tristeza de outros. Como a política costuma surpreender, o animado de hoje pode ser o tristonho de amanhã
Marco Wense
Itabunense, Advogado e Articulista de Política
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