O deputado federal Márcio Marinho, comandante-mor do Republicanos na Bahia, quer ACM Neto como candidato a vice-presidente da República na majoritária encabeçada por Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.
A candidatura de Tarcísio (Republicanos) depende da inelegibilidade do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, que tem como abrigo partidário o PL. Ficando impedido de disputar o segundo mandato, Tarcísio passa a ser o representante mais forte da direita.
Sendo candidato, a principal missão do chefe do Palácio dos Bandeirantes é ter ao seu lado uma liderança com força política e viabilidade eleitoral no nordeste. Uma chapa com dois candidatos identificados com o sudeste e sul é desaconselhável. Diria até que é uma imperdoável burrice política. O assunto do preconceito com os nordestinos viria logo à tona.
O problema é convencer ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, a aceitar um eventual convite do presidenciável Tarcísio de Freitas, que acompanha passo a passo o andamento da inelegibilidade de Bolsonaro, cuja decisão final caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Dois pontos terminam sendo obstáculos para o desejo do bispo-deputado Marinho, ligado a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus): 1) Quem seria o substituto de ACM Neto na sucessão estadual de 2026, enfrentando a reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT) ? 2) ACM Neto iria novamente recuar da candidatura, deixando seu grupo político a ver navios, sendo chamado pela segunda vez de "fujão"?
Qual a intenção de Márcio Marinho em dizer que ACM Neto seria um bom vice de Tarcísio de Freitas ? Estaria o parlamentar atendendo um pedido do governador de São Paulo para ver a reação de Neto, em uma espécie de "balão de ensaio"?
ACM Neto só aceitaria ser vice se as pesquisas de intenções de voto apontassem um favoritismo de Tarcísio na disputa pela presidente da República, com reais possibilidades de derrotar o candidato do PT, seja ele o próprio Lula (reeleição) ou outro.
Quem achar que é prematura e intempestiva a discussão sobre a sucessão presidencial de 2026 vai sofrer as consequências pela ingenuidade.
Lembro ao caro e atento leitor que a política não costuma socorrer os que dormem.
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