O assunto que vem tomando conta dos meios de comunicação, incluindo aí as redes sociais, diz respeito a uma eventual infidelidade partidária de Mário Alexandre, prefeito da vizinha e irmã cidade de Ilhéus, e do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
O chefe do Executivo da "princesinha do sul da Bahia", mais conhecido como Marão, emite claros sinais de que vai apoiar o deputado estadual Fabrício Pancadinha, pré-candidato a prefeito de Itabuna pelo Solidariedade.
O atual gestor do cobiçado centro administrativo Firmino Alves, Augusto Castro, legitimamente postulante a um segundo mandato via instituto da reeleição, é do PSD, legenda de Marão.
Diria que a infidelidade do alcaide de Ilhéus é mais acentuada do que a do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Além de apoiar um prefeiturável que não é do PSD, tem o agravante de ser o candidato de ACM Neto na sucessão de Itabuna.
O governador Jerônimo Rodrigues, ao declarar apoio a Augusto Castro, sabendo que o PT tem um prefeiturável, o ex-prefeito Geraldo Simões, passa a ser infiel a seu partido, mesmo sendo Augusto do PSD, legenda que integra a base aliada governista e do lulopetismo da Boa Terra.
Em decorrência de todo esse pega-pega, o caro e atento leitor faria duas perguntas : 1) O apoio de Marão a Pancadinha tem alguma ligação com o pleito de 2022 ? 2) Marão estaria de olho no apoio de Pancadinha em 2026, quando pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados ?
No tocante a primeira pergunta, o que se comenta nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, é que o prefeito de Ilhéus acusa o colega de Itabuna de não ter cumprido com o que foi acordado entre ambos em relação a eleição de 2022. Vale ressaltar que essa é a versão dos correligionários de Marão.
Pancadinha, que não tem nada a ver com o Marão versus Augusto, fica na dele, já que o imbróglio é entre dois "cachorros" grandes, como diz a sabedoria popular.
PELO CAMINHO ERRADO
O PT que não quer apoiar o segundo mandato do prefeito Augusto Castro (PSD), que defende candidatura própria na federação PT/PCdoB/PV, erra quando deixa de se preocupar com os três primeiros colocados nas pesquisas de intenções de voto e fica atacando o engenheiro Chico França, pré-candidato do PL a prefeito de Itabuna. Esse segmento do PT quer fazer da sucessão municipal um pleito nacional, com um discurso que não leva a lugar nenhum, que Chico França é do partido de Bolsonaro, de direita e conservador. Ora, ora, a eleição presidencial é página virada. Agora é pensar em Itabuna. Essa birra do PT com Chico França é de uma infantilidade política que salta aos olhos. O processo sucessório municipal é eleição para se discutir os problemas da cidade. O eleitorado quer saber do candidato, caso eleito para a chefia do Executivo, o que pretende fazer para melhorar a saúde, educação, a escassez no abastecimento da água, saneamento básico, como vai combater o desemprego, etc, etc. A impressão que fica é que esse PT está preocupado com a possibilidade de Chico França sair das urnas com uma votação superior a de Geraldo Simões.
Marco Wense
Itabunense, Advogado e Articulista de Política
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