O Avante do empresário Ronaldo Carletto não deve estar satisfeito com o tratamento que o partido vem recebendo na discussão sobre a composição da base aliada governista visando o pleito de 2026.
Carletto, ex-deputado federal, presidente estadual do Avante, precisa abrir os olhos, sob pena de ficar a ver navios. Lideranças do PT estão desdenhando a importância do Avante. Lembrando ao caro e atento leitor que a sigla comanda 60 prefeituras, entre elas Canavieiras, Brumado, Guanambi e Gandu.
As conversas sobre a formação da chapa, naturalmente encabeçada pelo governador Jerônimo Rodrigues (reeleição-PT), antes restritas aos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, agora são escancaradas. A vontade do lulopetismo da Boa Terra passou a ser do conhecimento público.
O deputado Rosemberg Pinto, líder do governo jeronista na Assembleia Legislativa, em recente encontro com lideranças políticas do sul e extremo-sul da Bahia, defendeu que as duas vagas para o Senado sejam ocupadas pelos companheiros Jaques Wagner (reeleição) e Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil.
Como o MDB se acha no direito de indicar o vice, o Avante vai ficando de fora da majoritária. Terá um papel de coadjuvante em 2026, se juntando ao PSB e PCdoB, partidos já acostumados com o desdém do PT.
Não se sabe ainda qual será a posição do dirigente-mor do Avante diante do isolamento da sigla nas articulações para a formação da majoritária. Se Carletto vai ter uma reação com rebeldia ou se conformar com o andar da carruagem.
E o pior é que Rosemberg, ao defender que as duas vagas para a Câmara Alta sejam ocupadas pelo PT, terminou arrumando um problema com o PSD, já que o senador Angelo Coronel é candidato à reeleição.
Portanto, a Ronaldo Carletto fica o bom e imprescindível conselho de "colocar as barbas de molho". Volto a dizer que a política não costuma socorrer os que dormem.
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