O título do comentário de hoje faz lembrar César Borges. O então governador dizia que o relacionamento com o PT era como água e óleo, duas substâncias que não se misturam.
Na Bahia, a frase do ex-chefe do Palácio de Ondina continua viva. Mas na política nacional, o União Brasil, partido de Borges e de ACM Neto, vice-presidente nacional da legenda, anda de mãos dadas com o lulopetismo.
O União Brasil, fruto da fusão entre o DEM e PSL, tem três ministérios no governo Lula 3: Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional, respectivamente comandado por Juscelino Filho, Daniela Ribeiro e Waldez Góes. O engraçado, o hilariante é que a sigla se diz independente.
O título da modesta Coluna Wense vai levar o caro e atento leitor a lembrar também do saudoso radialista Roberto de Souza e do famoso bordão "não convidem para a mesma mesa", ao se referir a dois políticos que andavam trocando farpas. A audiência do seu programa, todos os sábados, na Rádio Difusora de Itabuna, era esmagadora.
Hoje não podemos convidar para a mesma mesa os petistas Geraldo Simões, ex-prefeito de Itabuna, e o deputado Rosemberg Pinto, líder do governador Jerônimo Rodrigues na Assembleia Legislativa. O motivo principal é o imbróglio envolvendo o lançamento de candidatura própria pela federação PT/PCdoB/PV.
Não podemos convidar para a mesma mesa o médico Isaac Nery e o deputado-pastor Márcio Marinho, presidente estadual do Republicanos. Isaac alega que Marinho não cumpriu com a palavra de que ele seria o candidato do partido na sucessão de Itabuna. Isaac é pré-candidato pelo PDT e Marinho apoia o segundo mandato de Augusto Castro (PSD-reeleição).
Não podemos convidar para a mesma mesa o vereador Danilo Freitas (União Brasil), mais conhecido como Danilo da Nova Itabuna, e o alcaide Augusto Castro. O edil chamou a primeira-dama, Andrea Castro, de "cadela".
Na vizinha e irmã Ilhéus, o bordão do saudoso Roberto de Souza pode ser protagonizado pelo vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB) e o chefe do Executivo Mário Alexandre (PSD). Bebeto diz que o alcaide é um inadimplente da palavra, que não cumpriu o acordo de que lhe apoiaria na sua sucessão.
Como na política o adversário de hoje pode ser um aliado amanhã, não é nenhum espanto se os personagens que ilustram a análise de hoje passem a ocupar a mesma mesa, um do lado do outro.
Coisas da política, dizia o não menos saudoso jornalista Carlos Castelo Branco, carinhosamente chamado de Castelinho, na sua conceituada coluna no então Jornal do Brasil.
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