Ilhéus vive um déjà-vu político que já virou rotina: campanhas recheadas de promessas, discursos emocionados sobre “amor pela cidade” e compromissos de transformação. Mas, passado o tempo do voto, o que resta é o silêncio. Um silêncio pesado, que ecoa nas ruas esburacadas, nos bairros esquecidos e na ausência de resultados da bancada legislativa que jurou representar o povo ilheense.
Os deputados e vereadores que conquistaram votos em Ilhéus parecem ter se distanciado rapidamente da cidade que os elegeu. A presença que antes era constante — nas redes sociais, nos eventos, nas visitas às comunidades — agora se limita a aparições pontuais e discursos genéricos. Nenhuma ação concreta, nenhum projeto relevante, nenhuma defesa firme dos interesses locais.
Enquanto isso, Ilhéus segue enfrentando os mesmos dilemas: falta de infraestrutura, abandono das praias, transporte caótico, turismo estagnado e uma juventude sem oportunidades. Problemas que exigem liderança e voz ativa — algo que a atual bancada tem demonstrado não ter.
A população, que acreditou e apostou em novas lideranças, hoje assiste à repetição de velhos vícios da política: o distanciamento, a omissão e a troca de compromissos públicos por interesses de bastidores.
A verdade é dura, mas necessária: Ilhéus está cansada de ser usada como trampolim eleitoral.
Quem não trabalha pela cidade, quem não aparece quando ela mais precisa, não merece mais o seu voto.
O recado das ruas é claro — e deveria ecoar nos gabinetes de Salvador e Brasília: “Não vem que não tem.”
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