Muitos leitores da Coluna Wense vão dizer que o comentário de hoje é intempestivo, que falar da sucessão municipal de 2028 é "loucura", "loucura", "loucura", como diz Luciano Huck no programa dominical da Rede Globo. Tem também os que vão insinuar que o escriba está em devaneios. Nem uma coisa e, muito menos, a outra.
Toda eleição é como um preparativo para a próxima. O resultado do pleito de 2026 termina exercendo forte influência no processo eleitoral de 2028, quando os senhores prefeitos e as senhoras prefeitas irão disputar à reeleição ou apoiar um nome em decorrência do impedimento de não poder se candidatar a um segundo mandato consecutivo. A Justiça Eleitoral não permite à re-reeleição.
Trazendo o assunto para Itabuna, o pleito de 2026, com a primeira-dama Andrea Castro (PSD) postulando uma vaga no Parlamento estadual, vai apontar o caminho que o alcaide deve tomar na sucessão de 2028.
Lembrando ao caro e atento leitor, oxigênio da modesta coluna, responsável por ela continuar viva, com credibilidade e sem o nojento puxa-saquismo, que Augusto Castro foi reeleito, portanto inelegível para 2028 para o mesmo cargo, o cobiçado comando da Prefeitura de Itabuna.
O impedimento de concorrer a um terceiro mandato consecutivo vai levar o chefe do Executivo a começar a pensar na sua sucessão. O pleito de 2026 pode ajudá-lo na decisão da escolha do prefeiturável.
Ajudar como ? A reposta é assentada na candidatura de Andrea Castro à Assembleia Legislativa do Estado (ALBA). O prefeiturável que entrar de corpo e alma na campanha da primeira-dama vai ser o primeiro da fila a conquistar a confiança do gestor do centro administrativo Firmino Alves.
Como todo vice-prefeito sonha em ser prefeito, ser a maior autoridade política do município, Júnior Brandão, salvo engano do Partido Verde (PV), é um dos que devem postular o importante apoio de Augusto.
A decisão do alcaide, na escolha do nome que vai ter seu apoio, tem que ser cercada de muito cuidado. Do contrário, passa a ser só uma questão de tempo para que o criador seja traído pela criatura, sendo apunhalado pelas costas sem dó e piedade.
No mais, repetir o que sempre digo quando faço uma análise sobre o que pode acontecer no movediço e traiçoeiro mundo da política : que é inerente ao jornalismo político comentar o amanhã, que muitas vezes deixa de ser enigmático, passando a ser previsível.
Concluo reafirmando que a projeção do que pode se transformar em fato é perfeitamente aceitável, desde que dentro de uma certa lógica e responsabilidade, sem nenhuma, digamos, escandalosa invencionice.
Sobre o parágrafo acima, cito como exemplo-mor Geraldo Simões (PT). Seria imperdoável levantar a hipótese de que Augusto Castro pode apoiar o ex-prefeito na sua sucessão.
Na modesta coluna de hoje apenas um tira-gosto do processo sucessório de 2028. Lá na frente, com mais informações, principalmente de bastidores, o cardápio ficará mais completo.
Comentários: