A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa eliminar a escala de trabalho 6×1 — seis dias de trabalho seguidos por um de descanso — está em discussão no Congresso Nacional e pode ter consequências econômicas significativas para o Brasil. Segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), a aprovação da medida pode resultar em uma retração de até 16% no Produto Interno Bruto (PIB) do país .
O levantamento considera dois cenários. No primeiro, com redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem aumento de produtividade, estima-se uma perda de até R$ 2,9 trilhões no faturamento das empresas e o fechamento de 18 milhões de postos de trabalho. No segundo cenário, com um aumento de 1% na produtividade, a perda seria de R$ 2,6 trilhões e 16 milhões de empregos, resultando em uma retração de 14,2% no PIB .
O estudo destaca que a redução da jornada sem ganhos substanciais de produtividade pode aumentar o custo do trabalho e comprometer a competitividade da indústria nacional. Para pequenas e médias empresas, isso pode resultar em contratações informais ou na redução das atividades.
Além disso, a medida pode estimular o aumento da informalidade no mercado de trabalho, que atualmente já atinge 38,3% dos trabalhadores brasileiros. Muitas empresas, especialmente as de menor porte, podem enfrentar dificuldades para arcar com os custos adicionais, levando a contratações informais ou à redução de operações.
A FIEMG ressalta que, antes de discutir a redução da jornada de trabalho, é necessário enfrentar o desafio da baixa produtividade no país. O trabalhador brasileiro produz, em média, apenas 23% do que um trabalhador dos Estados Unidos. Reduzir o tempo de trabalho sem elevar a produtividade pode colocar em risco milhões de empregos.
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