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Domingo, 20 de Abril de 2025
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Crise de confiança: mercado reprova Lula (88%) e Haddad (58%), mas olha para o BC com esperança

Pesquisa Genial/Quaest revela deterioração na avaliação política e projeções econômicas negativas para 2025

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Por Mandato Bahia
Crise de confiança: mercado reprova Lula (88%) e Haddad (58%), mas olha para o BC com esperança
Ricardo Stuckert / Presidência da República
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A primeira edição de 2025 da pesquisa "O que pensa o mercado financeiro", realizada pela Genial/Quaest, trouxe um retrato contundente da percepção dos agentes econômicos sobre o governo federal, a equipe econômica e os rumos da economia brasileira. Enquanto a desaprovação ao presidente Lula segue em patamares críticos e o ministro Fernando Haddad enfrenta uma queda livre em sua avaliação, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, emerge como uma figura de relativa confiança. Os dados também revelam um cenário de pessimismo econômico e ceticismo político para os próximos meses.

Governo Lula: Desaprovação Mantida em Níveis Alarmantes
A reprovação ao governo Lula permanece praticamente estável, mas em um nível preocupante: 88% dos entrevistados desaprovam a gestão presidencial, contra 90% registrados em dezembro de 2024. A estabilidade nos números não significa tranquilidade para o Planalto, já que o índice reflete uma insatisfação consolidada do mercado, que enxerga falta de avanços em reformas estruturais e conflitos políticos como entraves ao crescimento.

 

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Queda Livre na Avaliação de Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vive um momento delicado. Sua avaliação negativa saltou de 24% para 58% em apenas três meses, enquanto a aprovação despencou de 41% para 10%. O dado é um sinal de alerta para o Palácio do Planalto, já que Haddad era visto como um interlocutor técnico capaz de equilibrar as demandas progressistas do governo com as necessidades fiscais. A deterioração sugere frustração com a falta de resultados concretos no controle de gastos e na articulação de medidas pró-mercado.


Galípolo no BC: Voto de Confiança com Reservas
Em meio ao cenário negativo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destaca-se com uma avaliação relativamente positiva. 45% dos entrevistados aprovam sua gestão, enquanto 41% a consideram regular e apenas 8% reprovam. Apesar do otimismo cauteloso, 58% dos agentes financeiros afirmam que ainda é cedo para julgar suas decisões, e 38% as classificam como "fundamentadas tecnicamente". A postura técnica de Galípolo parece acalmar parcialmente os ânimos, mas a pressão por resultados na inflação e nas taxas de juros deve aumentar ao longo do ano.


Economia: Projeções Sombrias para 2025
O pessimismo do mercado em relação à economia brasileira atinge níveis históricos:

  • 83% preveem piora nos próximos 12 meses;

  • 58% projetam recessão em 2025;

  • 82% acreditam que a inflação superará os índices de 2024;

  • 90% duvidam que a redução de tarifas de importação barateie alimentos.

Os números refletem desconfiança nas políticas adotadas pelo governo para combater a estagnação econômica e o avanço de preços, especialmente após medidas controversas, como o pacote de importação.

Governabilidade em Xeque
A pesquisa também expôs ceticismo quanto à capacidade do governo Lula de resolver impasses políticos. Para 98% dos entrevistados, a reforma ministerial recente não resolverá os conflitos entre o Executivo e o Congresso. Além disso, 90% consideram a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais um erro estratégico, sinalizando preocupação com a polarização e a falta de diálogo com setores conservadores.

Um Ano Desafiador pela Frente
Os dados da Genial/Quaest pintam um cenário complexo para o governo Lula em 2025. Se, por um lado, Galípolo consegue manter uma imagem de serenidade no BC, por outro, a combinação entre desgaste político, crise de confiança na equipe econômica e projeções econômicas negativas pressiona o Planalto a tomar medidas urgentes. A capacidade de articular reformas, reconquistar credibilidade no mercado e equilibrar as demandas da base aliada será decisiva para evitar um ano marcado por turbulências. Enquanto isso, o mercado financeiro segue de lupa em punho, sem dar margem para otimismo.

FONTE/CRÉDITOS: Pesquisa Genial/Quaest
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