O assunto mudança de partido, em relação ao ministro Rui Costa, chefe da Casa Civil do governo Lula 3, retornou aos bastidores da política da Bahia.
Digo "retornou" porque não é a primeira vez que se comenta que o ex-governador Rui Costa vai mudar de abrigo partidário, deixando o petismo, mas não o lulismo.
Salta aos olhos que o relacionamento político entre os "companheiros" Rui Costa e o senador Jaques Wagner não é bom. E se depender do comando estadual do PT, Rui é preterido, fica em segundo plano.
Em conversas reservadas, o parlamentar, líder do governo na Câmara Alta, já admite que uma majoritária puro-sangue, idealizada por ele, não é o melhor caminho a ser traçado.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que uma composição 100% petista, defenestrando Angelo Coronel (PSD), cuja candidatura à reeleição é tão natural como a de Wagner, é o maior desejo de ACM Neto, principal adversário do segundo mandato do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
O senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, que antes evitava falar sobre a majoritária puro-sangue, também rotulada de "chapa da soberba", resolveu quebra o silêncio. Já deixou bem claro que não vai aceitar que o compadre Coronel fique de fora da composição.
Já disse aqui por diversas vezes que Gilberto Kassab, dirigente-mor nacional do PSD, acompanha passo a passo o desenrolar do imbróglio na base aliada do lulopetismo da Boa Terra, a de todos os santos e orixás.
Kassab, que é secretário de Governo e Relações Institucionais do presidenciável Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, só espera a defenestração de Angelo Coronel para tomar uma decisão sobre o rumo da legenda na sucessão estadual.
ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil, ex-prefeito de Salvador por dois mandatos, pré-candidato ao governo da Bahia no pleito de 2026, já disse que a cadeira do Coronel na majoritária oposicionista é cativa e será acolchoada.
A missão wagniana de convencer Rui Costa a desistir do Senado e sair candidato a deputado federal é tida como muito complicada, mesmo partindo de um apelo do presidente Lula.
Todo esse pega-pega entre os dois ex-governadores faz voltar à tona a possibilidade de Rui deixar o PT e procurar outra agremiação partidária. PDT, PSB e Avante são as siglas mais citadas.
O assunto mudança de partido de Rui Costa saiu do congelador, já que sua legítima pretensão de disputar o Senado da República subiu no telhado.
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