Independente do resultado da plenária do Partido dos Trabalhadores de Itabuna, marcada para 6 de abril, os "dois" PTs - geraldista e augustiniano - vão ter que conversar.
A chamada acima, para o comentário de hoje, deixou muita gente curiosa, já que o diálogo entre o PT 1 e PT 2 vai ficando cada vez mais complicado. Ninguém sabe como será o desfecho desse imbróglio.
O relacionamento político entre as duas principais lideranças que representam essa cisão, o ex-prefeito Geraldo Simões e o vereador Manoel Porfírio, é o pior possível, o que faz lembrar o ditado popular de que "dois bicudos não se beijam".
Francamente, expressão que o saudoso Leonel de Moura Brizola gostava de usar, não vejo sequer indícios de que Geraldo e Porfírio possam se aproximar. O distanciamento tende a aumentar com a proximidade das convenções partidárias.
O problema é que, como disse lá no primeiro parágrafo, o PT geraldista e o augustiniano, independente do resultado da plenária, vão ter que conversar, sob pena da federação Brasil da Esperança, que tem o PCdoB e PV como coadjuvantes, entrar em parafuso.
O trio partidário, formado por petistas, comunistas e verdes, tem pela frente a discussão de vários pontos, entre eles o da composição da chapa proporcional, quem serão os candidatos ou candidatas ao Parlamento municipal.
Outro ítem, também de suma importância, é como vai ser o horário eleitoral, a propaganda no "palanque eletrônico", já que PT, PCdoB e PV são como se fossem uma única legenda, mais especificamente para a legislação eleitoral.
A pertinente e oportuna pergunta fica por conta do instituto da fidelidade partidária : Se Geraldo Simões for candidato, como irão se comportar os postulantes a uma vaga na Câmara de Vereadores que defendem à reeleição de Augusto Castro (PSD) ? Não podem dizer que apoiam o segundo mandato do alcaide. A infidelidade partidária viria à tona. Lembrando novamente que a federação funciona como se fosse um só partido.
O pós 6 de abril vai causar muito rebuliço no processo sucessório. O que se espera é que a plenária seja movida por civilidade, pacto de não-agressão e mútuo respeito.
Mas como é melhor prevenir do que remediar, se aconselha que a Polícia Militar marque presença no democrático evento, que só acontece no Partido dos Trabalhadores.
Não há outra agremiação partidária na República brasileira que tenha esse comportamento de decidir o rumo da sigla em decorrência da vontade da maioria dos filiados.
PS - Qual o prefeiturável que mais torce para que Geraldo Simões seja derrotado na plenária ? Salta aos olhos, que não precisam ser arregalados como os da coruja, que é o deputado estadual Fabrício Pancadinha (SDD). Em uma eventual polarização com Augusto Castro, com o ex-prefeito fora da disputa, o parlamentar pode ser beneficiado pelo chamado "voto rebelde", já que uma parcela significativa do PT vai sufragar o nome de Pancadinha para evitar a permanência do atual chefe do Executivo por mais quatro anos no comando da cobiçada Prefeitura de Itabuna.
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