Havia muita expectativa para a reunião do diretório estadual do PT da Bahia que foi transformada em encontro do conselho político do governo Jerônimo Rodrigues. Ao fim e ao cabo, por que tenham acontecido avanços, a fragmentação da decisão sobre candidatura em Salvador segue pertubando a mente dos envolvidos, especialmente o vice-governador, Geraldo Jr. (MDB), que segue em alta no bolão de apostas.
Jerônimo tenta, desde setembro, deixar que os aliados cheguem a um denominador comum. Pelo menos é como descrevem figuras próximas ao governador. No entanto, com tantos interesses em jogo, essa espécie de "terceirização" da responsabilidade adia interminavelmente qualquer coisa diferente da lógica de marcar uma reunião pra marcar uma reunião - algo que é quase uma marca da cultura petista. Nesse meio tempo, os aliados pedem que Jerônimo arbitre, mas, por enquanto, essa característica ainda não eclodiu sob o manto do governador.
Quem mais sangra nesse caminho são aqueles que têm sido dados como favas contadas de que a candidatura está sagramentada. Do lado dos petistas mais fervorosos, ainda existem defensores de Robinson Almeida como candidato, apesar da leitura bem cotidiano de que seria um projeto natimorto. Do lado de Geraldo Jr., o fato dele ter falado demais em mais de uma oportunidade rende desconfianças ainda não sanadas. E olha que a lista de pré-candidatos inclui insólidas figuras na defesa dos próprios nomes como Lídice da Mata (PSB) e Olívia Santana (PCdoB), que tinham potencial e ficaram relegadas a um terceiro plano há tempos.
A frustração em torno desse "reme-reme" em torno da definição de quem vai ser o candidato do grupo na capital baiana gera reflexos também na relação dos partidos da base em outros municípios. Feira de Santana e Vitória da Conquista são dois desses colégios eleitorais que serão impactados com a resolução do conflito em Salvador. E, por enquanto, lidam com os problemas locais antes de qualquer avanço nas cúpulas.
Parte do PT sugere que, caso Jerônimo não arbitre, que escolha alguém que o faça. O senador Jaques Wagner é aquele citado com mais frequência, mas isso não quer dizer que o ex-governador consiga conduzir o processo sem ter que lidar com eventuais cicatrizes que surjam no processo. Quanto mais tudo isso for adiado, pior fica a construção de uma unidade que seja percebida não apenas no discurso, mas no empenho da militância, principalmente se o candidato for o emedebista Geraldo Jr.
Bruno Reis parece estar tendo as preces atendidas. A cada dia a menos sem ter o adversário apresentado, o prefeito reforça mais o projeto de reeleição.
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