O deputado estadual Rosemberg Pinto, líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, não quis meter a mão na cumbuca, como diz a sabedoria popular. Terminou agradando ao prefeito Augusto Castro (PSD), que busca o segundo mandato, e ao ex-alcaide Geraldo Simões, seu companheiro de legenda, que tem a legítima pretensão de retornar a Prefeitura de Itabuna. O parlamentar disse que vai fazer de tudo para buscar a unidade da base aliada. Só não deixou explícito em torno de quem. Elogiou o chefe do Executivo. Fez cafuné em Geraldo quando o colocou como símbolo do lulopetismo no sul da Bahia.
No frigir dos ovos, nem as freiras do convento das Carmelitas ficaram sabendo da posição do parlamentar diante do processo sucessório. Mais cedo ou mais tarde, Rosemberg vai ter que tomar um caminho. Não pode ficar escorregadio como uma piaba ensaboada. Concluo dizendo que não sei o que é mais improvável, se é Geraldo Simões deixar o PT ou subir no mesmo palanque de Augusto. A entrevista foi no programa Frequência Política, rádio Difusora de Itabuna.
ANTES CORRERIA, AGORA ESPINHO
O então governador Rui Costa (PT), pelo seu ritmo intenso de trabalho, que parecia estar em dois lugares ao mesmo tempo, era chamado de "Rui correria". Agora, como ministro-chefe da Casa Civil, é batizado de "Rui espinho". Os senhores parlamentares estão se queixando que não podem encostar nele. O presidente Lula vem aconselhando o ex-mandatário da Bahia a ter mais paciência com o toma lá, dá cá, que tem como principal aliado a tal da governabilidade. Ou dar o que se pede ou não se vota no que o governo quer. O centrão, sempre de mãos dadas com o presidente da Câmara dos Deputados de plantão, continua protagonizando o que virou uma prática encrustada na política brasileira, no promíscuo relacionamento entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional. Entra e sai governo e tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.
Marco Wense
Itabunense, Advogado e Articulista de Política
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