Começo logo dizendo que especular no jornalismo politico, no que pode acontecer a curto prazo ou em um tempo mais distante, é perfeitamente aceitável, desde que não seja algo, digamos, espantoso, que leve o leitor a declarar que quem escreveu o comentário é inconsequente.
O especular é assentado na expressão de que "na política tudo é possível". Não é bem assim. Seria uma gigantesca irresponsabilidade dizer que Augusto Castro, reeleito prefeito de Itabuna pelo PSD, pode convidar o ex-alcaide Geraldo Simões (PT) para ser o chefe de gabinete do segundo mandato.
O dinamismo do jornalismo político não pode ficar na dependência de uma declaração do chefe do Executivo, sob pena de ficar inerte.
Augusto Castro vai se candidatar a deputado federal na eleição de 2026 ? Qual o problema de fazer essa pergunta? Augusto tem também todo o direito de ficar em silêncio sobre o assunto, que passa a ser de grande interesse do vice Júnior Brandão (PV), o primeiro na linha sucessória.
Salta aos olhos, que não precisam ser tão grandes e esbugalhados como os da coruja, que o vice de preferência de Augusto seria Zé Alberto, eleito vereador pelo PSB. O que se comenta nos bastidores é que Júnior Brandão foi uma exigência da federação PT/PCdoB/PV.
Em relação à presidência da Casa Legislativa é aconselhável que o prefeito se mantenha distante da disputa. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que Zé Alberto continua sendo o candidato do seu desejo, mas não pode ter nenhuma atitude que possa magoar Manoel Porfírio (PT), que teve papel importante na articulação do apoio do trio partidário PT/PCdoB/PV à reeleição do alcaide.
A contrapartida pelo apoio de Zé Alberto a Manoel Porfírio para o cobiçado comando da chamada "Casa do Povo" é o petista apoiar a candidatura do socialista à Assembleia Legislativa do Estado.
Ainda é cedo para afirmar que a candidatura de Manoel Porfírio é irreversível. A possibilidade do petista abrir mão da sua legítima postulação em um acordo para ser o candidato do prefeito a deputado estadual não está descartada.
A especulação, o projetar o futuro dentro de uma certa lógica, sem nenhuma invencionice, é inerente ao empolgante jornalismo político.
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