O uso das redes sociais, quando bem feito, passa a ser um invejável "cabo eleitoral" para os pré-candidatos a prefeito no pleito de 2024.
Menosprezar essa estratégia de campanha é ficar literalmente para trás. É um instrumento imprescindível para que o prefeiturável fique em evidência, sobressaia em relação aos adversários.
O que se observa na sucessão de Itabuna é que somente três postulantes ao cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves estão no embalo das redes sociais : o deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade), o chefe do Executivo Augusto Castro (PSD-reeleição) e o ex-prefeito Geraldo Simões (PT).
Politicamente falando, os outros prefeituráveis não acordaram pra vida. Parecem adormecidos, o que nos leva a lembrar que a política não costuma socorrer os que dormem.
Pancadinha estava jogando solto. Depois apareceu Geraldo e agora Augusto Castro, que deve ter sido orientado a colocar um despertador na cabeceira do segundo mandato.
As redes sociais são as responsáveis por manter Pancadinha na frente das pesquisas de intenções de voto, de diminuir a rejeição a Geraldo e oxigenar a pretensão de Augusto de permanecer por mais quatro anos como maior autoridade do município.
Fabrício Pancadinha, Geraldo Simões e Augusto Castro agradecem a inércia dos adversários, que eles continuem desdenhando o "palanque" eletrônico.
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CADA VEZ MAIS OUSADO
Não tenho nenhuma dúvida que o tal do centrão é o quarto Poder da República, se juntando ao Executivo, Legislativo e Judiciário.
Se vivo fosse, o que diria Montesquieu, iluminista francês que propôs a divisão dos poderes, sobre o centrão ? No mínimo, que é uma aberração, um acinte à democracia, à soberania e independência dos três Poderes da República.
Entra e sai governo e nada. O toma lá, dá cá, que não fica satisfeito com pouca coisa, é insaciável, continua intacto, dando as cartas do jogo. Entra e sai chefe do Palácio do Planalto e nada. O centrão se mantém na crista da onda.
Veja, caro e atento leitor, ipisis litteris, o comentário que fiz no dia 14 de março do corrente ano.
"Em nome da governabilidade não se pode cruzar os braços, fazer vista grossa diante das estripulias com o dinheiro público. O "deixa pra lá", além de tornar o governante de plantão conivente, alimenta o monstro da impunidade, que quando contrariado solta fogo pela boca e narinas. Essa vergonhosa e encrustada impunidade, faz com que os "homens públicos" fiquem cada vez mais ousados, buscando sempre novos meios de fazer travessuras com o dinheiro do povo brasileiro".
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O "honrado" Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, do MDB carioca, foi condenado pela Operação Lava Jato a 15 anos e 11 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Vem a segunda turma do STF e decide, por 3 votos a 2, anular a sentença. "Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos", diria o saudoso jornalista e escritor Sérgio Marcus Rangel Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta. O "honrado" Eduardo Cunha, "exemplo" de homem público, vai terminar solto. Não duvido nada que fique elegível. E assim caminha o Poder Judiciário da República Federativa do Brasil.
Marco Wense
Itabunense, Advogado e Articulista de Política
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