Em tempos em que Ilhéus enfrenta um dos momentos mais delicados na área da saúde, é revoltante perceber o contraste entre a realidade do povo e as prioridades do poder público. O caos no atendimento médico, a precariedade da oncologia no Hospital São José e a falta de estrutura no SAMU revelam uma cidade em sofrimento enquanto o prefeito parece viver em outra realidade.

O vereador Vinícius Alcântara lançou uma denúncia grave: o prefeito Valderico Júnior estaria promovendo viagens internacionais para China e Paris, com direito a eventos e comemorações extravagantes, enquanto os serviços essenciais agonizam. É um retrato simbólico de uma gestão que parece mais preocupada com a imagem do que com a dor da população.
Não há justificativa plausível para o abandono de áreas vitais como a saúde. O episódio em que um idoso precisou ser carregado em uma lona plástica até o Hospital Costa do Cacau, por falta de ambulância do SAMU, é a prova dolorosa de que algo está profundamente errado. Não se trata de oposição política trata-se de humanidade, de responsabilidade e de respeito ao cargo que se ocupa.

É verdade que o atual governo herdou uma saúde debilitada, mas o discurso da herança já não convence. Caminhamos para um ano de governo, e o cenário pouco mudou. A sensação é de que as prioridades da atual administração seguem distantes do que é essencial, urgente e emergencial.
Uma gestão pública séria e moderna se constrói com planejamento, transparência e compromisso com o bem comum não com viagens, festas e autopromoção.
Governar é servir. É compreender que o poder é passageiro, mas o impacto das decisões sobre a vida das pessoas é permanente.
Ilhéus precisa de um prefeito que enxergue o povo antes do espelho. A cidade clama não por discursos internacionais, mas por ações locais.
A saúde não pode esperar, e a população já entendeu: quando o governante se distancia da realidade, é o povo quem paga a conta.
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