A movimentação política do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), em torno do fortalecimento do Avante na Bahia tem causado ruído entre aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Nos bastidores, líderes governistas têm demonstrado incômodo com o que classificam como uma tentativa de “cooptação de lideranças” por parte do ex-governador, que busca ampliar sua influência visando as eleições de 2026.
Rui atua em parceria com o ex-deputado federal Ronaldo Carletto, presidente estadual do Avante, e o movimento tem sido interpretado como uma estratégia para garantir espaço na disputa ao Senado, onde o ministro pretende concorrer. O alvo principal da articulação seria o PSD, partido que hoje ocupa posição de destaque na base e trabalha pela reeleição do senador Angelo Coronel.
A tensão cresceu após o ato de filiação do Avante realizado em Salvador, que contou com a adesão de lideranças importantes, como o ex-prefeito de Irecê, Elmo Vaz, que deixou o PSB. A deputada estadual Fabíola Mansur, também do PSB, marcou presença no evento e é cotada para seguir o mesmo caminho, o que gerou desconforto dentro da legenda comandada por Lídice da Mata.
O movimento também impactou o próprio PT, com a entrada no Avante do ex-prefeito de Cocos, Marcelo Emerenciano, que planeja disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Rui trabalha para consolidar uma aliança que inclua Carletto como seu primeiro suplente no Senado, reforçando o crescimento da sigla, que já reúne 75 prefeitos na Bahia.
Fontes próximas ao governador Jerônimo Rodrigues afirmam que ele acompanha o avanço do Avante com cautela, buscando evitar desequilíbrios na base aliada. A preocupação é que o fortalecimento do partido de Carletto provoque disputas internas e fragilize o bloco de apoio ao governo estadual nas próximas eleições.
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