A Polícia Federal (PF) revelou novas evidências sobre o suposto esquema de desvio de verbas públicas envolvendo as chamadas Emendas Pix, por meio de mensagens trocadas entre o empresário Evandro Baldino e o assessor parlamentar Marcelo Chaves, ligado ao deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA). O conteúdo foi divulgado nesta sexta-feira (31) pelo UOL e faz parte das investigações da Operação Overclean.
De acordo com o material analisado pela PF, os dois usavam linguagem codificada para se referir a pagamentos suspeitos e à liberação de recursos de emendas parlamentares destinadas a prefeituras do interior da Bahia. Termos como “caloi”, “platitas”, “laplatina”, “garfo”, “soldas” e “praguinhas” eram utilizados para mascarar as negociações.
As mensagens indicam que o assessor intermediava a liberação de emendas para municípios como Boquira e Ibipitanga, em troca de valores pagos por empresários. O esquema apontaria um mecanismo de propina ligado à destinação de recursos públicos federais via transferências diretas conhecidas como Emendas Pix.

O deputado Félix Mendonça Júnior, presidente estadual do PDT, foi alvo da sexta fase da Operação Overclean, deflagrada em junho deste ano. A PF investiga se ele teria utilizado o gabinete para facilitar o esquema. Uma das provas mencionadas pelos investigadores é a contratação da namorada do empresário Evandro Baldino como funcionária do gabinete do deputado, com salário de R$ 8,1 mil, embora ela não exercesse as funções, caracterizando possível funcionária fantasma.
Em nota, a defesa de Marcelo Chaves afirmou que “reitera, de forma veemente, a total e absoluta inocência do seu constituinte, afirmando que as suspeitas levantadas são improcedentes e serão refutadas no momento oportuno”.
Além de Félix Mendonça, também estão sob investigação os deputados baianos Elmar Nascimento (União Brasil) e Dal Barreto (União Brasil), apontados em outras frentes da operação.
A PF segue analisando documentos, extratos bancários e comunicações eletrônicas apreendidas durante as diligências. As investigações buscam determinar o alcance político e financeiro do esquema, que pode envolver lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, e desvio de recursos públicos federais.
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