O ex-advogado do presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, hoje ministro do Supremo Tribuna Federal (STF), já é visto como um aliado do bolsonarismo nas decisões de temas polêmicos.
Zanin foi indicado por Lula para a Alta Corte, instância máxima do Poder Judiciário. Uma espécie de contrapartida pela sua brilhante atuação na Lava Jato em defesa do petista-mor.
Zanin vem se transformando na grande decepção para o segmento esquerdista do Partido dos Trabalhadores. O campo ideológico da direita comemora efusivamente a "grata surpresa".
Zanin votou contra a descriminalização do porte de drogas, mais especificamente da maconha. Foi radicalmente contrário a uma flexibilização na quantidade que a pessoa pode carregar para uso próprio. Como não bastasse, foi adverso a equiparação da Transfobia/LGBTfobia ao crime de racismo/injúria racial.
O jornalista Ricardo Kotscho, petista de carteirinha, ao ser questionado sobre as decisões de Zanin, disse que o presidente Lula "já sabia do conservadorismo do ministro antes de indicá-lo".
"Zanin não tem absolutamente nada a ver com as pautas da esquerda do PT, e claro que Lula sabia disso quando o nomeou", verberou Kotscho. Finalizou seu desabafo dizendo que não ficou decepcionado com o ministro : "Conheço bem, é um sujeito conservador. Basta ver a figura dele, o olho dele. Ele é um conservador até nos cabelos".
A expectativa agora fica por conta dos próximos posicionamentos de Zanin quando temas conservadores identificados com o bolsonarismo estejam na pauta do STF.
Não é só os bolsomínions que estão batendo palmas para Zanin. Integrantes do lulopetismo conservador enxergam no ministro um aliado do slogan "Deus, Pátria, Família".
GLEISI E A SUCESSÃO SOTEROPOLITANA
A declaração da deputada federal Gleisi Hoffamann, dirigente-mor nacional do PT, de que o presidente Lula vai participar do processo sucessório de Salvador, terá como principal consequência o acirramento na base aliada em torno de quem será o vice da majoritária, já que o lulopetismo da capital não abre mão da indicação de um nome da legenda para encabeçar a chapa. O escolhido pelo diretório municipal foi o deputado estadual Robinson Almeida. Duas opiniões são unânimes nas hostes do Partido dos Trabalhadores : 1) a missão de derrotar o atual chefe do Palácio Thomé de Souza, Bruno Reis (União Brasil-reeleição), não será fácil. 2) a presença de Lula é imprescindível para evitar um segundo mandato do alcaide, integrante ilustre do netismo. (COLUNA WENSE, SÁBADO, 26 DE AGOSTO DE 2023).
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