Nos últimos anos, prefeitos têm adotado uma cor predominante vinculada ao seu partido ou à sua campanha eleitoral, marcando a cidade com elementos visuais que vão além da estética. Essa estratégia de marketing político visa consolidar a identidade do gestor e reforçar sua imagem no imaginário coletivo da população.
A cor como ferramenta de marketing político
Cores têm poder. Elas evocam sentimentos e ideias e, no cenário político, tornam-se símbolos de autoridade. Quando um prefeito adota uma cor ligada à sua campanha ou partido, está utilizando uma poderosa ferramenta de marketing que transcende a continuidade da agenda eleitoral. Essa cor, presente em prédios públicos, viaturas e materiais institucionais, cria uma conexão constante com a população, lembrando-os das promessas feitas durante a campanha.
Ao adotar a cor que representou sua vitória, o prefeito transmite a mensagem: "Eu sou a autoridade, e a cidade agora está sob minha gestão." Assim, a cor se torna um símbolo de conquista e afirmação de poder, marcando a cidade de maneira visual e permanente.
O efeito de “Cheguei, Brasil”
Esse uso excessivo da cor partidária pode ser interpretado de diferentes maneiras. Para alguns, é uma forma legítima de reafirmar a autoridade e o engajamento do gestor. Para outros, no entanto, é uma tentativa de monopolizar o espaço público, ofuscando a diversidade de ideologias e criando um ambiente visualmente opressor.
Crítica: Marketing político ou autoritarismo visual?
A adoção de cores para representar o partido ou político tem gerado críticas. Muitos consideram essa prática uma forma de autoritarismo simbólico, pois a cor se transforma em uma marca registrada do governo, deixando pouco espaço para outras visões. Ao impregnar a cidade com a identidade de um único partido, o prefeito pode alienar eleitores que não compartilham da mesma ideologia.
Em uma democracia, onde a diversidade é essencial, esse “marcamento de território” pode enfraquecer a confiança nas instituições públicas. Contudo, em um cenário de desconfiança generalizada, essa visibilidade pode ser vista como uma tentativa legítima de restaurar a confiança e consolidar a liderança, transformando a cor em um símbolo de força.
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