Como era de se esperar, o prefeito Mário Alexandre (PSD) move-se para formar a maior coligação possível em apoio ao seu candidato à prefeitura, e encontra-se em Brasília, envolvido em articulações e reuniões. Seu objetivo é convencer os líderes nacionais dos partidos a apoiarem sua aspiração de eleger seu sucessor.
No radar de Marão encontra-se seu correligionário e senador Otto Alencar, com quem espera resolver questões e dissipar dúvidas sobre o controle local de seu próprio partido. Isso surge de atritos decorrentes das articulações de Marão, especialmente em Itabuna, Itajuípe e alguns outros municípios sulbaianos.
Em Brasília, Mário Alexandre busca o apoio declarado do senador líder do governo, Jaques Wagner (PT), e do ministro e ex-governador Rui Costa (PT), com quem teve forte parceria durante seu mandato como governador. Outras reuniões estão na agenda do prefeito Marão e de dois secretários influentes: Ari Santos, o articulador político do governo, e o provável pré-candidato Bento Lima.
Marão já conta com mais de dez partidos sob seu controle, o que proporcionará maior aparelhamento e recursos de campanha. No entanto, isso não garante uma eleição tranquila. Na trajetória eleitoral de Marão, surgem possíveis candidatos majoritários competitivos dispostos a apoiar o prefeito e seu candidato.
Nesse contexto, destaca-se o ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP), que percorre a cidade em busca de apoio, assim como o empresário Valderico Reis Júnior (UB), que deve liderar uma frente oposicionista coordenada por Joabs Ribeiro. Joabs é ex-presidente da União de Vereadores da Bahia (UVB) e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Ilhéus, além de ser irmão de Jabes Ribeiro.
O vereador Augustão também almeja a prefeitura de Ilhéus, angariando apoios e destacando-se em diversos setores sociais da cidade. Sua candidatura ganha força, sendo alvo de convites para ser vice de outros pré-candidatos, após sua saída do PT e possível filiação ao PDT.
O bolsonarismo apresenta o pré-candidato Coronel Resende (PL), uma alternativa ideológica para o eleitorado de direita. No campo governista, quatro pré-candidaturas disputam o apoio da máquina municipal, estadual e federal, tornando-se a mais cobiçada entre todas. O candidato que conseguir esses apoios poderá se apresentar como representante de figuras como o presidente Lula, governador Jerônimo, Rui, Wagner e Otto, apelos que têm forte impacto no eleitorado ilheense.
O prefeito deve apresentar Bento Lima aos líderes dos mais de dez partidos de sua aliança, aguardando uma resposta positiva do PSD. No entanto, o ex-presidente da Câmara de Ilhéus, o vereador Jerbson Morais, rompido com Marão, busca o apoio do deputado federal Paulo Magalhães (PSD) para ser o candidato do partido, preterindo Bento Lima como pré-candidato.
"Correndo por fora" e buscando se tornar uma opção do grupo situacionista, estão o vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB). Duas mulheres também se destacam como pré-candidatas à prefeitura de Ilhéus: a secretária estadual de educação da Bahia, médica e professora Adélia Pinheiro (PT), e a advogada Wanessa Gedeon (Partido Novo).
Recentemente, o PRTB lançou a pré-candidatura de Edson Silva à prefeitura. Fora dos grupos governistas e oposicionistas, Makrisi de Sa (Psol-Rede) transita no campo da rejeição ao status quo, buscando atrair um eleitorado cansado dos nomes tradicionais que serão seus adversários na disputa pela sucessão de Marão.
Texto de Jerberson Josué
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