A cada dia que passa, o cenário político pré-eleitoral em Ilhéus assume contornos de dramacidade, especialmente para o prefeito Marão e seus aliados de primeira hora. À vista de todos, o prefeito-médico não conseguirá lançar em condições de viabilidade eleitoral um nome disposto a se submeter à sua total ingerência.
Bento, Secretário de Administração e nome favorito do chefe do executivo municipal, além de carecer de capilaridade política e social, demonstra falta de empatia, conforme relatam servidores públicos ativos, inativos, demitidos e seus familiares.
Do outro lado, Jabes, "raposa política" e autoproclamado MESSIAS SALVADOR, corre aos quatro cantos dos morros para cobrar uma dívida que o povo das encostas nunca conseguiu pagar. Junto com seu fiel irmão-capataz, ataca o governo Marão com a voz de influencers do tipo pica-paus, prometendo todo tipo de despautério e explorando a precariedade material de muitos. Jabes se veste de homem público com moral irretocável, escondendo que foi responsável por colocar Ilhéus no topo das ações por improbidade.
Derradeiramente, personificando a meritocracia branca, está o eterno prefeiturável Valderico Júnior. Nosso ACM Neto Sulbaiano, assim como seu congênere soteropolitano, se coloca na condição de baluarte da eficiência administrativa no estilo dos GAROTOS SAPATENIS DA FARIA LIMA. Nos seus carrões e sem constrangimento, tem andado por aí se vendendo e comprando a percepção de que representa um amanhã mais frutífero para Ilhéus. Será que Júnior tem conversado com Wanessa Camargo?
Se pudesse dizer algo a esse garoto SAPATENIS, diria: para com isso, calabreso! (Davi diria isso). Das sombras bolsonaristas, mas nem por isso biograficamente obscuro, surge o pré-candidato Coronel Resende. Homem de família e servidor público com biografia inatacável, o Coronel, assim como seus asseclas, é apresentado como o NOVO, apesar de não ser do PARTIDO NOVO. Difícil será para o militar reformado descolar-se das desventuras recentes do bolsonarismo. Como se apresentar enquanto "o novo incorruptível", tendo sua candidatura tutelada por figuras da estirpe de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, ex-condenado no caso do Mensalão, e mais recentemente tendo passado uma temporada no cárcere. Parece que o Coronel só tem HOMENS DE BEM entre seus aliados.
Na esquerda, graças ao mandonismo de certos caciques do PT Ilheense, as coisas não caminham tão à esquerda assim. Alçaram da Secretaria de Educação do Estado o nome da professora Adélia - ex-reitora de uma das mais conservadoras entre as Universidades Estaduais - para pré-candidata. Bom, legítimo não deixa de ser, mas é preciso lembrar que, para a massa de eleitores que estão além das cercanias da academia e da nossa indigesta classe média, a Secretária pré-candidata é uma desconhecida. Será que Adélia não será mais uma bucha de canhão a ser usada pelo mesmo fisiologismo que levou Dilma ao impeachment?
Para mim, conceber Adélia pré-candidata implica sepultar, ao mesmo momento, a combativa vereadora professora Enilda enquanto nome da sigla ao executivo municipal. Mas podem argumentar: a reeleição de Enilda é mais viável do que sua pré-candidatura à prefeitura. Então, qual é o motivo do PT Ilheense não construir a pré-candidatura do vereador Augustão? Sem superlativismo, acredito que esse representa melhor as CORES e BANDEIRAS do PARTIDO DOS TRABALHADORES.
Na rabeira, discreto para uns, ou pouco protagonista na visão de outros, corre o "Preto Insubmisso Bebeto", então vice-prefeito, mas publicamente impalatável às sanhas coronelistas de nosso prefeito-médico. Dos nomes que aventou à sua sucessão, Marão sabe que nenhum emplacará. O prefeito tem corrido de lá pra cá para evitar o óbvio: se não apoiar Bebeto, perderá a prefeitura para seu arqui-inimigo Jabes Ribeiro. Acredito que de alguma maneira essa realidade a cada dia tem transitado nas subjetividades dos analistas políticos locais.
Parece que as próximas cenas serão quentes ou mesmo desesperadoras para alguns. Todavia, para este que vos escreve, possuidor de um lugar de fala reiteradamente declarado, tomara que nessa disputa dê o "Preto Insubmisso". Isso mesmo, poderia tentar mascarar revelando de soslaio quem desejo que assuma a frente do executivo municipal, porém, jamais iria perder a oportunidade de contribuir para ter mais um Preto, humanamente necessário, politicamente hábil e tecnicamente promissor, governando uma cidade erguida sobre a exploração do trabalho escravo. Mas é isso, ficaremos por aqui na espera dos próximos capítulos desse renascer da luta política Sulbaiana. Axé!
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