O caro e atento leitor deve se lembrar do quadro Quem quer dinheiro ? do programa Silvio Santos. Plagiando o "Rei da TV", o centrão vai estrear seu mais novo toma lá, dá cá : o Quem quer banheiro ?.
O governo Lula 3, depois de extinguir a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), com suas atividades sendo transferidas para os ministérios da Saúde e da Cidade, vai recriar o orgão para atender o centrão.
O presidente Luiz Inácio da Silva não suportou a pressão do Congresso Nacional, das suas duas Casas Legislativas : o Senado e Câmara dos Deputados, mais especificamente dos parlamentares que integram o centrão.
Tudo como dantes no quartel de Abrantes. O lulismo, que tanta criticava o bolsonarismo, caminha a passos largos para ficar cada vez mais refém do toma lá, dá cá. A desculpa é sempre a mesma : a tal da governabildade.
A negociação com o centrão envolve uma verba bilionária para a "nova" Funasa, agora com uma "nova" função : atender, sem titubear, os pedidos dos parlamentares. Vale lembrar que o orçamento da Funasa para 2023 era de R$ 3 bilhões.
Entre as diversas atribuições da Funasa, a que mais encheu os olhos dos políticos do centrão, deixando todos eufóricos, diz respeito a entrega de pequenos banheiros para casas em regiões pobres.
De olho na sucessão municipal, o centrão tem o Quem quer banheiro ? como invejável fonte de votos no pleito de 2024. A Funasa também faz convênio para instalar redes de esgoto, estações de tratamento e fornece caminhões coletores de lixo.
Não à toa que quando se fala que o centrão é o quarto Poder da República, que é ele quem dita as cartas do jogo, não há nenhuma contestação. A sabedoria popular diria que o centrão "manda no pedaço".
Quando o centrão tem um membro na presidência da Câmara dos Deputados, como é o caso de Arthur Lira (PP-AL), que tem a prerrogativa de desengavetar um eventual pedido de impeachment contra a maior autoridade do país, fica mais petulante e atrevido.
O centrão continua mais vivo do que nunca. Sua ousadia salta aos olhos. É incrível como consegue fazer do presidente da República de plantão um ilustre "prisioneiro".
Se o chefe do Palácio do Planalto perder o controle da situação, deixando o fisiologismo à vontade, corre o risco de, além de ser refém do famigerado centrão, se transformar em um "bobo da corte".
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
CHICO FRANÇA E ENDERSON GUINHO
Em entrevista ontem, na rádio A Tarde FM, o ex-ministro João Roma, presidente estadual do PL, declarou que é pré-candidato a prefeito de Salvador. Mas não descartou uma aliança com Bruno Reis, chefe do Palácio Thomé de Souza e postulante a um segundo mandato (reeleição) pelo União Brasil, legenda que tem ACM Neto como secretário nacional da sigla. Salta aos olhos que uma desistência de Roma seria condicionada a um apoio do União Brasil aos prefeituráveis do PL em alguns municípios, estando Itabuna entre um deles.
O vice-prefeito de Itabuna, Enderson Guinho, prefeiturável e dirigente-mor do União Brasil, abriria mão da sua pré-candidatura para apoiar o engenheiro Chico França. João Roma tem Itabuna na sua lista de prioridade no processo sucessório municipal. Uma majoritária encabeçada por Chico França, com Enderson Guinho como vice, é uma boa composição.
Vale lembrar que Chico e Guinho mantém um bom relacionamento, o que já é o primeiro passo para um entendimento.
Marco Wense
Itabunense, Advogado e Articulista de Política
Comentários: