Disse aqui, por várias vezes, que Geraldo Simões (PT) só seria candidato a prefeito de Itabuna se tivesse uma melhora significativa nas pesquisas de intenções de voto.
O crescimento do ex-alcaide, atingindo dois dígitos, pontuando acima dos 12%, em empate técnico com o terceiro colocado, seria usado pela cúpula estadual do lulopetismo para que a federação PT/PCdoB/PV lançasse candidatura própria.
O argumento da candidatura natural, se referindo ao segundo mandato de Augusto Castro, de que o PT teria que apoiar sua reeleição, ficaria enfraquecido com a boa colocação de Geraldo nas pesquisas.
Deu no que deu : como Geraldo não conseguiu crescer nas consultas, algumas delas realizadas pelo governo do Estado, o sonho de retornar ao comando do centro administrativo Firmino Alves se transformou em um grande pesadelo.
Outro ponto é que se Geraldo mostrasse alguma chance de sair vitorioso no processo sucessório, a pressão do senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, para que o PT apoiasse Augusto, seria inócua, não teria força para impedir a legítima postulação do ex-chefe do Executivo municipal.
Em relação a sucessão da irmã e vizinha Ilhéus, a pré-candidatura da neopetista Adélia Pinheiro está consolidada porque tem viabilidade eleitoral. Adélia vem crescendo nas pesquisas. Como não bastasse, conta com o apoio explícito e entusiasmado das três principais lideranças do lulopetismo da Boa Terra : governador Jerônimo Rodrigues, senador Jaques Wagner e o ministro Rui Costa, da Casa Civil do governo Lula 3.
Vale lembrar duas coisas : 1) o prefeito da irmã e vizinha Ilhéus, Mário Alexandre, não pode, por força da legislação eleitoral, disputar o terceiro mandato consecutivo, à re-reeleição. 2) o nome apontado pelo alcaide, ex-secretário Bento Lima, não reage, não só por culpa dele mesmo, como também pela preocupante rejeição ao chefe do Palácio Paranaguá, seu padrinho político.
Se a base aliada, sob a batuta do governador Jerônimo Rodrigues, não conseguir convencer o prefeito Marão de que Adélia é mais competitiva, que tem mais força política, a vitória da oposição, que caminha para um entendimento, é dada como favas contadas, seja com o ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP) ou Valderico Júnior (União Brasil).
A missão do governador Jerônimo Rodrigues, que deve usar a sucessão de Itabuna como exemplo de que o PT não pensa só no PT, é convencer o prefeito Mário Alexandre a desistir da pré-candidatura de Bento Lima.
Na política, um problema resolvido pode levar o surgimento de outro bem maior. O apoio aberto do prefeito de Ilhéus a Adélia não é aconselhável. O petismo, em decorrência da alta rejeição ao governo Mário Alexandre, não ver com bons olhos essa aproximação.
As nuvens da sucessão, tanto em Itabuna como em Ilhéus, hoje ainda cinzentas, devem ficar mais claras com a proximidade das convenções partidárias.
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