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Sabado, 24 de Maio de 2025
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Guerra de declarações: Jerônimo contra-ataca após Coronel associar PT ao nazismo

Governador classifica fala do senador do PSD como "infeliz" e defende o PT, enquanto ameaças de rompimento na base governista acen

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Por Mandato Bahia
Guerra de declarações: Jerônimo contra-ataca após Coronel associar PT ao nazismo
Matheus Souza/ Divulgação
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A política baiana pegou fogo nesta sexta-feira (25) com a contundente resposta do governador Jerônimo Rodrigues às declarações polêmicas do senador Angelo Coronel (PSD). Em entrevista à rádio Princesa FM, de Feira de Santana, Jerônimo não poupou palavras para classificar como "infeliz" a comparação feita por Coronel entre o Partido dos Trabalhadores da Bahia e o regime nazista. A analogia indigesta surgiu em meio à insatisfação do senador com a possível formação de uma chapa majoritária "puro sangue" para o Senado em 2026, priorizando os nomes de Jaques Wagner e Rui Costa, ambos do PT.

"Eu não ouvi, mas, se o fez, é uma comparação muito infeliz. Ele comparar um partido que ajudou ele a se eleger ao nazismo. O nazismo tem que ser banido da história", disparou o governador, visivelmente contrariado com a declaração do aliado. Jerônimo fez questão de ressaltar o papel do PT na eleição de Coronel e a gravidade de equiparar a legenda a um dos capítulos mais sombrios da história mundial.

A irritação do governador ecoa a preocupação com a manutenção da aliança governista. A declaração de Coronel, que acusou o PT de agir como Adolf Hitler ao buscar a hegemonia de uma "raça pura" nas vagas ao Senado, veio acompanhada de uma ameaça velada de rompimento. "O PSD não concorda com isso [do PT ter três nomes na chapa]. Nós somos aliados, e a aliança sempre tem um prazo de validade. Se o grupo que está dominando a Bahia, está com o poder, achar que deve excluir o PSD da chapa, Angelo Coronel, vamos sentar com o diretório estadual e nacional para ver qual o rumo que vamos tomar", advertiu o senador em entrevista anterior.

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Diante da escalada da crise, Jerônimo Rodrigues adotou um tom de cautela, buscando evitar uma desagregação na base. "Eu, na condição de governador, de líder desse grupo, preciso ter calma para poder não desagregar", ponderou. No entanto, a firmeza em sua resposta à comparação nazista demonstra o tamanho do desconforto gerado pelas palavras de Coronel.

A disputa pelas vagas ao Senado em 2026 já se mostra um ponto nevrálgico nas articulações políticas baianas. Enquanto Rui Costa e Jaques Wagner se colocam publicamente como fortes candidatos, a insatisfação de Angelo Coronel expõe as tensões internas na aliança governista. Ameaças de rompimento, mesmo que amenizadas por uma posterior "mea-culpa" do senador, lançam uma sombra de incerteza sobre o futuro da coalizão e a estratégia para as próximas eleições.

O episódio levanta questionamentos cruciais sobre a coesão da base governista e o preço da ambição nas disputas eleitorais. Resta saber se a "infeliz" comparação de Coronel deixará cicatrizes profundas na aliança ou se a habilidade de articulação de Jerônimo Rodrigues será suficiente para apaziguar os ânimos e garantir a unidade para os desafios que virão. A política baiana, sem dúvida, ganhou um novo e explosivo capítulo.

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