Uma coligação envolvendo muitos partidos ajuda na eleição do candidato a prefeito, mas passa a ser um problema para governar.
A cobrança do "toma lá", que é o apoio, vem logo à tona. Os cargos na prefeitura são o "dá cá".
Augusto Castro, reeleito gestor de Itabuna pelo PSD, com uma junção de 13 legendas, tem muito trabalho pela frente. Não vai ser fácil agradar a todas as siglas.
Como não bastasse (1), tem os vereadores eleitos (ou reeleitos) pela coligação, impacientes e ávidos para indicar ou manter seus representantes no cobiçado centro administrativo Firmino Alves.
Como não bastasse (2), os candidatos ao Legislativo que não foram eleitos, mas tiveram uma boa votação, que já pensam no próximo pleito, querem também indicar seus "cabos eleitorais".
Vale lembrar ao caro e atento leitor que 2026 é vapt-vupt. Augusto terá seus candidatos a deputado federal e estadual. Tem que ter muito jogo de cintura para não desagradar os apoiadores dos seus postulantes à Assembleia Legislativa do Estado e ao Parlamento federal.
Como não bastasse (3), tem a arrumação do secretariado. Partidos que ainda não têm a titularidade de uma secretaria vão exigir do alcaide a contrapartida pelo apoio. Se Deus, que é Deus, não conseguiu agradar a todos seus filhos, imagine o prefeito Augusto Castro com os partidos, vereadores eleitos e os acordos de bastidores.
No mais, esperar como irá se comportar o alcaide diante da pressão do toma lá, dá cá. E aí não tem como não citar a sabedoria popular de que "na política não existe almoço de graça".
PS - Em nome da chamada governabilidade, o institucionalizado toma lá, dá cá passa a ser inerente a qualquer governo, seja de direita, esquerda ou suas variantes. Salvo engano, somente duas agremiações partidárias, de expressão nacional, não têm ministérios ou cargos importantes na gestão 3 de Lula : o PL do ex-presidente Bolsonaro e o Novo. Todas as outras legendas usufruem das benesses do poder.
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