Já disse aqui que entra e sai governo e tudo continua como dantes no quartel de Abrantes : o centrão, já considerado o "quarto" Poder da República, está cada vez mais ousado.
O presidente Lula, que quando então candidato dizia que iria colocar um ponto final na petulância do centrão, parece hipnotizado. E, o que é pior, sendo conivente com o toma lá, dá cá. Não tem limites para o enraizado centrão. Suas principais lideranças, além de terem o controle sobre vários ministérios, querem mais. São insaciáveis. Ainda não desistiram do da Saúde e da pasta responsável pelo programa Bolsa Família.
São danadinhos e espertos. Jogaram até o "barro na parede", como diz a sabedoria popular, em relação a Casa Civil, hoje sob a batuta do petista Rui Costa. Vale ressaltar que ainda não desistiram de tomar o lugar do ex-governador da Boa Terra. Como não bastasse, vem o senhor Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, e diz que o cargo do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), petista histórico, muito próximo do chefe do Palácio do Planalto, "têm prazo de validade", como se fosse um produto, uma mercadoria exposta nas prateleiras dos mercados. Só faltou dizer que vai acionar o Procon se Padilha teimar em continuar no ministério.
O centrão, toda vez que entra no ringue do toma lá, dá cá, deixando nas entrelinhas a ameaça de que tem o poder de desengavetar um eventual pedido de impeachment, faz o presidente da República de plantão jogar a toalha. O centrão continua mais vivo do que nunca.
Marco Wense
Itabunense, Advogado e Articulista de Política
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