O que era para ser uma entrevista amistosa se transformou em um verdadeiro constrangimento político transmitido ao vivo. Durante participação no programa de rádio apresentado pelo próprio vice-governador da Bahia, Geraldo Jr. (MDB), o ex-ministro Geddel Vieira Lima passou por um momento nada confortável ao ser surpreendido com uma pergunta polêmica sobre o caso das malas de dinheiro encontradas em um bunker em Salvador — escândalo que marcou sua prisão em 2017.
Sem rodeios, Geraldo Jr. provocou: “Foi 51 ou 54, que eles ficam perguntando e me acusando aqui nas redes sociais?”, fazendo alusão aos R$ 51 milhões apreendidos pela Polícia Federal em um apartamento atribuído a Geddel, em um dos episódios mais emblemáticos da Lava Jato.
O ex-ministro, visivelmente incomodado, tentou esquivar-se com uma resposta evasiva: “Aí só perguntando lá no STF… não tenho responsabilidade nenhuma com isso aí, com esse problema. Pergunta lá”, retrucou, em tom defensivo.
A situação piorou quando Geraldo Jr., em vez de encerrar o assunto, tentou se justificar com frases que, ao invés de amenizar o momento, tornaram tudo ainda mais desconfortável. “Se eu me preocupasse, eu ia trazer você aqui pra ser entrevistado? Eu ia almoçar com você, estar com você, lhe visitar, ouvir seus aconselhamentos?”, afirmou o vice-governador, tentando demonstrar fidelidade ao cacique do MDB baiano — mas gerando ainda mais tensão.
Geddel, tentando encerrar o assunto, repetiu seguidas vezes: “Toca o barco, Geraldinho, bora, toca o barco, Geraldinho”, finalizando com uma frase sem nexo para quebrar o clima: “Olha lá que rapaz bonito!”
O episódio evidencia não só a tensão interna no MDB da Bahia, mas também a tentativa de Geraldo Jr. de se destacar no cenário político estadual, mesmo que à custa de constranger seu próprio padrinho político. Nas redes sociais, o vídeo viralizou e reacendeu o debate sobre o caso que manchou a trajetória de Geddel, reforçando que, mesmo anos depois, o episódio das malas ainda é uma sombra difícil de apagar.
Mais do que um deslize, a cena revela um racha silencioso no MDB baiano e deixa no ar uma pergunta que pode ecoar por um bom tempo: a quem interessa reacender esse escândalo agora?
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