O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), criticou duramente a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados que aumenta o número de cadeiras de 513 para 531. Para o senador, a medida chega em momento inoportuno e não traz benefícios concretos para o país.
— O momento não é apropriado. Temos no Congresso matérias de maior relevância. Essa proposta não vai melhorar a inflação, nem os juros, não vai gerar emprego e muito menos impactar positivamente as relações sociais — afirmou Otto em entrevista à CNN Brasil.
A proposta atende a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a atualização da representação dos estados com base no último Censo do IBGE. A mudança precisa ser aprovada até 30 de junho para valer nas eleições de 2026 e ser aplicada a partir da legislatura de 2027.
Segundo estimativas, o impacto financeiro da criação de 18 novas vagas na Câmara será de aproximadamente R$ 64 milhões, valor que pode ser ainda maior caso as assembleias legislativas estaduais sigam a mesma lógica de ampliação.
Além do custo, Otto também criticou a falta de foco do Congresso em temas que realmente afetam a população, como a reforma tributária e políticas de geração de empregos.
— Temos desafios graves e urgentes no Brasil. A prioridade deve ser cuidar do que importa para o povo, não aumentar estruturas que só geram mais gastos — concluiu o senador.
Agora, a proposta será analisada também pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e depois pelo plenário do Senado, onde enfrentará resistência de parlamentares contrários ao aumento de despesas públicas em meio a um cenário de contenção fiscal.
Comentários: