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SUCESSÃO DE SALVADOR, MDB E A IRMÃ DULCE 

COLUNA WENSE, SÁBADO, 4 DE MAIO DE 2024.

Marco Wense
Por Marco Wense
SUCESSÃO DE SALVADOR, MDB E A IRMÃ DULCE 
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Até as freiras do Convento das Carmelitas sabem que temas polêmicos e controversos devem ser evitados em ano eleitoral. 

Quando diz respeito ao campo religioso, pode causar uma incontrolável revolta no significativo universo do eleitorado que segue determinada religião. 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) quer que a Assembleia Legislativa retire da pauta de votação o projeto de lei que institui 13 de agosto como Dia da Santa Dulce dos Pobres no Estado da Bahia. 

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A iniciativa do chefe do Palácio de Ondina não agradou o eleitor católico. A repercussão foi a pior possível. A saudosa irmã Dulce era muita querida, principalmente entre o eleitorado mais pobre. 

Politicamente falando, quem comemorou a inesperada solicitação do mandatário-mor da Boa Terra foi o oposicionismo soteropolitano, que agora dar como favas contadas à reeleição do prefeito Bruno Reis (União Brasil) logo no primeiro turno.

O MDB dos irmãos Vieira Lima, Geddel e Lúcio, este último presidente de honra da legenda, não deve ter ficado satisfeito com a decisão do governador Jerônimo Rodrigues. 

A insatisfação não é só do emedebismo, atinge também outras siglas da base aliada, incluindo aí o próprio Partido dos Trabalhadores, abreviadamente PT, abrigo partidário do presidente Lula. 

Quem deve sofrer as consequências da impensada decisão de JR é o vice-governador Geraldo Júnior, que é pré-candidato a prefeito de Salvador pelo MDB, que, mais cedo ou mais tarde, vai ter que dar sua opinião sobre a retirada do projeto que faz uma justa homenagem a irmã Dulce.

Volto a dizer que temas delicados e problemáticos, principalmente os ligados ao aspecto religioso, não devem ser tratados em ano eleitoral. O tiro pode sair pela culatra. 

O governador Jerônimo Rodrigues, ao tratar do projeto Irmã Dulce, cometeu um imperdoável erro político, diria até que ingênuo. A oposição, penhoradamente, agradece. 

Ainda há tempo de um recuo. Do contrário, é oxigenar o discurso da oposição de que ninguém ousa tomar o domínio político na capital.

O pior é que a base aliada na sucessão de Salvador não pode usar o discurso de que "já está na hora de mudar". O grupo de ACM Neto sempre lançou mão desse argumento no pleito estadual, já que o PT caminha para 20 anos no comando do cobiçado Palácio de Ondina. 

Concluo dizendo que a eleição da capital é dada como a mais perdida pela Executiva nacional do MDB. A opinião entre as lideranças políticas é unânime. Não tem uma alma sequer que pense diferente.

Sabendo do favoritismo cada vez mais consistente de Bruno Reis, cria política de ACM Neto, o PT não fez nenhum esforço para ter candidatura própria. A derrota vai cair no colo do MDB

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Marco Wense

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Marco Wense

Itabunense, Advogado e Articulista de Política

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