O PT quer esconder o que está escancarado : o conflituoso relacionamento político entre o ministro Rui Costa e o senador Jaques Wagner, que parece não ter fim.
O Rui versus Wagner tem agora a sucessão de Salvador como mais novo capítulo do pega-pega, que promete muitas emoções, surpresas e sobressaltos, sem falar nos dois ingredientes inerentes ao movediço e traiçoeiro mundo da política : traição e ingratidão.
O conflito entre o ministro-chefe da Casa Civil e o líder do governo no Senado envolve três personagens : Robinson Almeida, José Trindade e Geraldo Jr.
Wagner, que tem a fama de ser um invejável articulador político, já venceu o primeiro round. Trindade, presidente da Conder e filiado ao PSB, nome da preferência de Rui Costa, jogou a toalha.
Por tabela, a legenda socialista, sob o comando da deputada federal Lídice da Mata, foi novamente desprestigiada pelo lulopetismo da Boa Terra, o que não é nenhuma novidade. O PSB é sempre jogado na sarjeta em todo processo eleitoral.
O próximo passo de Wagner é a desistência de Robinson Almeida, prefeiturável do PT, para que o caminho do vice-governador Geraldo Jr. fique com menos obstáculos.
Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, o que se comenta é que Wagner dar como certo à reeleição de Bruno Reis (União Brasil), cujo favoritismo é apontado em todas as pesquisas de intenções de voto.
Como o segundo mandato do chefe do Palácio Thomé de Souza já é considerado como favas contadas, é melhor perder com o MDB, evitando assim mais uma derrota do PT na capital, no pleito soteropolitano.
O Rui versus Wagner deve continuar. As duas oposições, uma representada por ACM Neto (União Brasil) e a outra por João Roma (PL), penhoradamente agradecem.
O desentendimento na base jeronista, protagonizado pelos dois ex-governadores, passa a ser o maior "cabo eleitoral" da reeleição de Bruno Reis. Vale lembrar que a vitória de Bruno, que pode acontecer logo no primeiro turno, deixa vivo o sonho de ACM Neto de governar a Bahia.
O próximo imbróglio envolvendo Rui e Wagner está programado para 2026, já que ambos desejam o mesmo cargo : o de senador da República. No caso de Wagner, ser reeleito. Não à toa que se fala da possibilidade de Rui sair do PT e procurar outro abrigo partidário.
O criador versus a criatura, ou vice-versa, não é nenhuma novidade. A luta pelo poder é assentada no ensinamento maquiavélico de que os fins justificam os meios.
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