Salvo algum fato novo, que tenha relevância política, o vice-governador Geraldo Júnior, do MDB dos irmãos Vieira Lima, obviamente Lúcio e Geddel, será o candidato da base jeronista soteropolitana a prefeito de Salvador.
Sendo assim, a indicação do vice da majoritária encabeçada pelo emedebista passa ser do PT, que pode abrir mão para o PCdoB, que tem como prefeiturável a deputada estadual Olívia Santana, tida como a melhor opção para compor a chapa, não só pelo fato de ser mulher e negra, mas também por ter sido a mais votada entre as candidaturas do segmento ideológico identificado como de esquerda.
O problema é que Olívia vem sendo rebelde com a possibilidade de ser vice. Sua última declaração é a prova inconteste da sua insatisfação. "Está na hora de parar com essa coisa machista de que mulher só tem que ser vice", desabafou a parlamentar.
Salta aos olhos, que não precisam ser do mesmo tamanho dos da coruja, que o PCdoB, presidido pelo itabunense Davidson Magalhães, não tem coragem e nem força política para peitar o PT. A legenda comunista vive na sombra do petismo.
E a pré-candidatura do petista Robinson Almeida, também deputado estadual ? Percentualmente falando, diria que sua chance de enfrentar o prefeito Bruno Reis (União Brasil), que vai buscar o segundo mandato consecutivo, via instituto da reeleição, é de 30%.
O governador Jerônimo Rodrigues não vai se indispor com seu vice e, por tabela, com o MDB. Precisa da legenda na sucessão nos municípios, principalmente nos colégios eleitorais que têm emissoras de televisão. Vale lembrar que o MDB tem um bom tempo no horário eleitoral. Outro ponto é que desavença ou qualquer tipo de atrito com quem é vice não é aconselhável. É melhor procurar o caminho do entendimento.
Outro detalhe, em relação ao MDB, é que o chefe do Palácio de Ondina vai precisar do partido no apoio a sua natural candidatura à reeleição no pleito de 2026. Qualquer imblóglio agora pode criar dificuldades lá na frente.
E o deputado federal Manoel Isidório de Santana Júnior, o popular Sargento Isidório, recentemente lançado como prefeiturável pelo Avante ? Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que sua pré-candidatura é de mentirinha. Ninguém leva a sério sua postulação, que é legítima. No frigir dos ovos, quer ser o vice na chapa que vai enfrentar o favoritismo de Bruno Reis, que pode liquidar a fatura logo no primeiro turno se o pega-pega na oposição continuar longe de um consenso em torno do melhor nome para enfrentar a cria política de ACM Neto.
E a deputada Lídice da Mata, dirigente-mor do PSB da Boa Terra ? Ensaiou uma pré-candidatura, mas logo jogou a toalha. Foi novamente defenestrada, sem dó e piedade, pelo lulopetismo soteropolitano, o que não é nenhuma novidade. O masoquismo político de Lídice, que é uma parlamentar atuante, chega a ser assustador.
Concluo dizendo que quem apostar que o vice-governador Geraldo Júnior será o candidato do PT e do jeronismo ao Palácio Thomé de Souza, com o aval do senador Jaques Wagner, vai embolsar um bom dinheiro. Só é preciso ter cuidado com o desafiante, sob pena de ganhar e não receber o "faz-me-rir".
PS - Em se tratando da sucessão de Itabuna, com o gestor Augusto Castro (PSD) buscando quebrar a "virgindade" do segundo mandato consecutivo, já que nenhum prefeito conseguiu se reeleger na história política do município, a missão de ACM Neto, secretário nacional do União Brasil, é convencer o capitão Azevedo, hoje filiado ao PDT, a ser vice do deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade), formando assim a chamada "Chapa do Povão". Para muitos, imbatível.
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