Os "dois" PTs de Itabuna, o PT 1 que quer Geraldo Simões como candidato a prefeito de Itabuna, e o PT 2, que defende o apoio da legenda à reeleição de Augusto Castro (PSD), comemoram duas declarações.
PT 2, o augustiniano, vibrou quando o governador Jerônimo Rodrigues disse, em uma entrevista ao jornal A Tarde, quando questionado sobre o processo sucessório nos municípios, mais especificamente em relação a união da base aliada, que "se em algum lugar a gente não conseguir chegar a um consenso, os partidos são autônomos".
No tocante ao conselho político, formado pelas principais lideranças das legendas que dão sustentação política ao jeronismo, o chefe do Palácio de Ondina, ao declarar que é só uma "tentativa de unidade", desdenhando sua influência no processo sucessório, deixou o PT 1 satisfeito, já que se depender do conselho a federação PT/PCdoB/PV não terá candidatura própria em Itabuna. Vale lembrar que Geraldo Simões só tem o MDB dos irmãos Vieira Lima como aliado sem deixar nenhuma dúvida.
O PT 2, o augustiniano, que tem como padrinho o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), líder do governo JR na Assembleia Legislativa, comemorou a fala do presidente Lula no programa de Mário Kertézs, na rádio Metrópole FM. O morador mais ilustre do Alvorada deixou bem claro que não vai participar ativamente da sucessão municipal quando houver dois prefeituráveis da base aliada. "Não vou me jogar para criar conflito", disse Lula. A declaração do mandatário-mor do Brasil provocou uma euforia no augustianismo. A ausência do presidente Lula em uma eventual candidatura de Geraldo Simões já é dada como favas contadas.
Abrindo um parêntese para Rosemberg Pinto, "companheiro" de partido do ex-prefeito Geraldo Simões, é ele que vai indicar o vice de Augusto, obviamente se o PT não disputar a cobiçada Prefeitura de Itabuna. Não à toa que o ex-vereador Júnior Brandão, secretário de Promoção Social e Combate a Pobreza do governo AC, vai retornar ao PT.
O principal argumento do PT 2, para justificar a opinião de que Lula não vai participar da sucessão de Itabuna, é que o petista-mor não vai querer se atritar com o senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, abrigo partidário do prefeito Augusto Castro.
Os petistas augustinianos, hoje ocupando importantes cargos no governo municipal, alegam também que candidaturas à reeleição de chefes de Executivo de partidos da base aliada têm prioridade. Na vizinha e irmã Ilhéus não tem esse problema, já que o atual gestor Mário Alexandre (PSD), mais conhecido como Marão, está impedido de disputar o terceiro mandato por força da legislação eleitoral, que proíbe à re-reeleição.
O PT 1, além do argumento da autonomia para tomar a decisão sobre candidatura própria, acredita no entendimento de que se a sigla continuar cedendo espaço ao PSD, cuja missão é eleger 150 prefeitos na eleição de 2024, vai ficar cada vez mais refém de Otto Alencar.
Todo esse imbróglio envolvendo os "dois" PTs de Itabuna vai terminar sendo resolvido pelo comando nacional do partido, sob a batuta da deputada federal Gleisi Hoffamann. O pega-pega promete fortes emoções.
Podemos concluir dizendo que a tal da governabilidade, que anda de mãos dadas com o toma lá, dá cá, que coloca o centrão como uma espécie de "quarto" Poder da República, vai corroendo o que ainda resta de bom no movediço e traiçoeiro mundo da política, cada vez mais putrefato, chafurdado no lamaçal.
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