O conselho político do governador Jerônimo Rodrigues (PT), formado pelas principais lideranças da base aliada, incluindo aí os presidentes estaduais das legendas, escafedeu-se.
Já disse aqui, salvo engano por mais de duas vezes, que o tal do conselho não tem influência nenhuma nas decisões sobre a sucessão municipal, que na hora da onça beber água o que prevalece é o "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Para a sorte do PT de Itabuna, obviamente que me refiro ao PT 1, o que quer Geraldo Simões disputando a sucessão de Augusto Castro (PSD-reeleição), o colegiado é desprovido de força política.
Geraldo Simões, ex-gestor de Itabuna, que tem todo o direito de querer retornar ao comando do município, só conta, de maneira explícita, sem fazer arrodeios, com o apoio do MDB no chamado "conselho político". O ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima, presidente de honra do emedebismo, é o porta-voz da defesa da pré-candidatura do ex-alcaide.
Em relação ao processo sucessório nas duas cidades mais importantes do sul da Bahia, o conselho estava caminhando para ter uma posição diferente. Em Itabuna sem candidatura do PT, querendo o lulopetismo apoiando o segundo mandato de Augusto. Em Ilhéus, o partido disputando o Palácio Paranaguá com Adélia Pinheiro, ex-reitora da Uesc e atual secretária estadual de Educação.
O argumento de que é preciso unir para derrotar os prefeituráveis que vão ter o apoio de ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil, só serve para Itabuna. Em Ilhéus, o prefeito Mário Alexandre, do PSD do senador Otto Alencar, fica à vontade para lançar a candidatura do secretário de Gestão Bento Lima, que vem tendo um péssimo desempenho nas pesquisas de intenções de voto.
A perseguição à pré-candidatura de Geraldo Simões, protagonizada pelo deputado estadual Rosemberg Pinto, líder do governador Jerônimo Rodrigues na Assembleia Legislativa, é implacável.
Em Ilhéus, os prefeituráveis Jabes Ribeiro (PP) e Valderico Júnior (União Brasil) comemoram o pega-pega na base aliada jeronista e a ausência do discurso de que é preciso unir para derrotar o adversário comum.
Para o azar do PT augustiniano, o que defende à reeleição de Augusto, rotulado de PT 2, o conselho político não tem força política. É inócuo.
A expectativa agora é 6 de abril, quando o Partido dos Trabalhadores de Itabuna vai decidir se a legenda deve ou não ter candidato. No meio de todo esse bafafá entre os "dois" PT, a federação Brasil da Esperança, composta pelo PT/PCdoB/PV, fica esperando o desfecho do imbróglio, que tende a ficar mais intenso com a proximidade da convenção partidária. Vale lembrar que a federação funciona como se fosse um só partido.
Petistas, comunistas e os verdes, mais cedo ou mais tarde, independente do resultado da plenária do PT, vão ter que sentar na mesma mesa. Pontos importantes precisam ser discutidos, como, por exemplo, a composição da chapa proporcional.
A acirrada disputa pela Prefeitura de Itabuna promete muitas surpresas e sobressaltos. O céu, que agora é de brigadeiro para alguns prefeituráveis, pode ficar carregado de nuvens cinzentas.
Para o inútil conselho político só resta a última pá de cal.
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