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MDB, MST E A SUCESSÃO DE SALVADOR

COLUNA WENSE, SÁBADO, 27 DE JANEIRO DE 2024.

Marco Wense
Por Marco Wense
MDB, MST E A SUCESSÃO DE SALVADOR
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A composição da majoritária na disputa pela Prefeitura de Salvador já começa a preocupar o MDB, que tem o vice-governador Geraldo Júnior como pré-candidato da legenda ao cobiçado comando do Palácio Thomé de Souza. 

Todo o problema diz respeito ao MST. O líder do movimento, deputado federal Valmir Assunção (PT), quer indicar Fabya Reis, secretaria estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, que já foi liderança do MST, na vice de Geraldo Júnior.

"Fábia é um excelente quadro", diz o parlamentar, argumentando que o PT "é o maior partido da base aliada do governador Jerônimo Rodrigues". Finaliza dizendo que a sigla "tem que reivindicar a vice para fortalecer a campanha". 

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Nos bastidores do emedebismo, longe dos holofotes e do povão de Deus, a opinião, que caminha a passos largos para ser unânime, é de que uma vice ligada ao Movimento dos Sem Terra vai prejudicar a campanha de Geraldo Júnior, principalmente no tocante ao setor do agronegócio e suas ramificações. 

Vale lembrar que a indicação do vice-governador para ser o representante do lulismo na sucessão soteropolitana provocou uma revolta nos setores do PT mais identificados com a chamada esquerda. 

A articulação para enterrar o desejo de Valmir Assunção de indicar Fabya Reis como a vice de Geraldo Júnior, que já foi aliado de ACM Neto, tem que ser feita com bastante cuidado, sob pena do PT ideologicamente de esquerda debandar para o lado do prefeiturável Kleber Rosa, oficializado pré-candidato do PSOL à Prefeitura de Salvador. 

Como não bastasse essa indesejável indicação, tem o presidente Lula deixando nas entrelinhas que não vai criar obstáculos para a governabilidade, obviamente se referindo aos partidos que dão sustentação política ao governo Lula 3. No caso específico da sucessão de Salvador, o prefeito Bruno Reis é postulante a um segundo mandato pelo União Brasil, que além de ser imprescindível nas votações no Congresso Nacional, tem a titularidade de importantes ministérios. 

A presença de Lula na campanha de Geraldo Júnior ficou cercada por uma grande dúvida, com o agravante de que a chance do prefeiturável de evitar à reeleição de Bruno Reis é remotíssima.

Voltando a tal da governabilidade, que é amiga íntima do toma lá, dá cá, a entrada do Republicanos, PP e  União Brasil no governo Lula 3 significa a integração do lulupetismo com o centrão. O presidente Lula só considera como bolsonarista de verdade o PL, abrigo partidário do ex-morador mais ilustre do Palácio Alvorada. As outras siglas são facilmente cooptáveis. 

Diria que o ditado popular que mais se encaixa nessa situação do presidente Lula, se participa ou não do processo sucessório soteropolitano, que também serve como conselho, é que "macaco velho não mete a mão em Cumbuca".

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Marco Wense

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Marco Wense

Itabunense, Advogado e Articulista de Política

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