A secretaria estadual de Relações Institucionais, sob o comando de Luiz Caetano, ex-prefeito de Camaçari pelo PT, está convidando os presidentes dos partidos da base aliada para uma reunião do conselho político, que vai acontecer amanhã, domingo, 17, no Palácio de Ondina.
Com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, os dirigentes partidários terão como pauta principal o processo sucessório, mais especificamente nos maiores colégios eleitorais e, principalmente, em Salvador, onde o favoritismo de Bruno Reis (União Brasil), pré-candidato a um segundo mandato consecutivo, via instituto da reeleição, vai ficando mais consistente com a proximidade do pleito de 2024.
A possibilidade do prefeito da capital liquidar a fatura logo no primeiro turno, deixando mais uma vez o presidente Lula intrigado, sem entender por que o PT governa a Bahia há muito tempo e não consegue conquistar o Palácio Thomé de Souza, é cada vez mais provável.
O maior "cabo eleitoral" de Bruno Reis é o imbróglio na base de sustentação política do jeronismo. As legendas não se entendem em torno de um nome que possa representar o lulismo soteropolitano na disputa pela Prefeitura de Salvador. O ano de 2O23 vai dando seus últimos suspiros e nada. Nenhuma definição sobre quem enfrentará o atual gestor.
E a sucessão do prefeito Augusto Castro (PSD), legitimamente querendo permanecer por mais quatro anos no cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves ? Quando o assunto é o processo sucessório de Itabuna, o governador Jerônimo Rodrigues sai pela tangente, foge dele como o diabo da cruz.
O impasse em Itabuna tem até "dois" PTs, o PT 1, que defende candidatura própria, e o PT 2, que quer o apoio do partido à reeleição de Augusto. O PT 2, rotulado de augustiniano, ocupa cargos importantes na administração e, obviamente, quer mantê-los com uma eventual conquista do segundo mandato pelo chefe do Executivo municipal.
Como não bastasse o pega-pega entre os "companheiros", o governador Jerônimo Rodrigues tem pela frente o senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD, abrigo partidário do prefeiturável Augusto Castro. O parlamentar comunga com a opinião de que à reeleição de um prefeito da base aliada deve ser vista com mais atenção pelo conselho político.
O governador Jerônimo Rodrigues vive um angustiante dilema. De um lado, o aliado Otto Alencar. Do outro, o PT versus PT. Como a maior autoridade política da Boa Terra vai buscar o segundo mandato na eleição de 2026, um atrito com o PSD, que tem, salvo engano, mais de 120 prefeituras sob sua influência, é desaconselhável.
Salta aos olhos que o senador Otto Alencar vai pedir a Jerônimo Rodrigues que se mantenha distante da sucessão de Itabuna, assumindo uma posição de neutralidade caso o PT tenha candidato, derrotando assim o PT augustiniano, o PT 2.
O conselho político tem a função de passar para a opinião pública que o governo segue o caminho da democracia. Mas até as freiras do convento das Carmelitas sabem que na hora do vamos ver, da onça beber água, como diz a sabedoria popular, prevalece o manda quem pode, obedece quem tem juízo.
PS (1) - Tudo caminha, e a passos largos, para que o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) seja o escolhido para representar a base aliada na sucessão soteropolitana. O sonho do deputado estadual Robinson Almeida (PT) de ser o candidato do lulismo a prefeito de Salvador, tendo o aval do senador Jaques Wagner, vai se transformando em um grande pesadelo.
PS (2) - A ingenuidade política ficou por conta da deputada federal Lídice da Mata, dirigente-mor do PSB. A infantilidade com Olívia Santana, deputada estadual do PCdoB. Ambas passaram um bom tempo acreditando na possibilidade de ser a prefeiturável da base aliada com o apoio do morador mais ilustre do Palácio de Ondina.
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