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A OUSADIA DO CENTRÃO 

Coluna Wense, 3 de fevereiro de 2025. 

Marco Wense
Por Marco Wense
A OUSADIA DO CENTRÃO 
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Digo sempre que é impressionante como o chamado centrão continua de vento em popa. Entra e sai governo, independente de ideologia, e não muda nada: o toma-lá-dá-cá toma conta do presidente da República de plantão.

O centrão vai ficando cada vez mais forte, ousado e desafiador, fazendo do chefe do Palácio do Planalto refém dos seus interesses. Qualquer gesto de desobediência faz vim à tona uma ameaça de pedido de impeachment. 

O substituto de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu que a prioridade do seu mandato é a retomada do controle das tais emendas parlamentares. A situação do país, que é muito preocupante, fica para segundo plano. Na farinha pouca, o pirão dos parlamentares sai primeiro. 

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Nada contra as emendas parlamentares com suas várias definições. O escândalo é gastar o dinheiro público sem prestar contas. A transparência vai para a lata do lixo como se fosse ovo podre. E o pior é que não acontece nada. Os larápios, além de terem a impunidade como companheira fiel, debocham da Justiça. 

E mais (1): o medo do centrão é tão gigantesco e apavorante, que o governo Lula 3 está arrumando um ministério para os ex-presidentes da Câmara Federal e do Senado, respectivamente Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). 

E mais (2): depois das lideranças do centrão terem todas as exigências cumpridas pelo governo, declaram publicamente, sem nenhum tipo de constrangimento, que as regalias não garantem o apoio à reeleição de Lula no pleito de 2026. 

E mais (3): se a popularidade do presidente Lula não tiver uma significativa melhora, o centrão vai fazer do governo uma "peteca", passando a ser só uma questão de tempo um irreversível chega pra lá. O PSD de Gilberto Kassab vai ser o primeiro a pular fora do barco do quarto mandato de Lula. 

Com o centrão dominando o Congresso Nacional, a tábua de salvação para conter essa ousadia, funcionando como uma espécie de "freio de mão", passa a ser o Judiciário, mais especificamente sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal (STF). 

Não seria nenhum exagero dizer que o centrão é o quarto poder da República, é quem manda no Legislativo. O Executivo, por sua vez, está ficando, vergonhosamente, submisso aos interesses das suas principais lideranças. 

Quem ousa desafiar o centrão, que tem a chave da gaveta para desencadear um eventual pedido de impeachment ?

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Marco Wense

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Marco Wense

Itabunense, Advogado e Articulista de Política

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