Nas cidades que a legislação eleitoral permite o pleito sucessório em dois turnos, o problema do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em relação aos partidos da base aliada passa a ser menor.
Se não houver um acordo entre os que postulam o comando do centro administrativo em torno de um nome, a solução é ter dois candidatos, desde que essa falta de entendimento não leve o adversário a liquidar a fatura logo no primeiro turno.
Cabe ao chefe do Palácio de Ondina a missão de promover um acordo entre os prefeituráveis para que fiquem unidos no segundo turno contra o adversário comum, seja ele ligado a ACM Neto (União Brasil) ou a João Roma (PL).
O imbróglio maior diz respeito aos municípios que não têm segundo turno. Em Itabuna, citando apenas um exemplo, o PT está dividido ao meio. Tem o PT 1, que quer Geraldo Simões como pré-candidato, e o PT 2 que defende o apoio da legenda à reeleição de Augusto Castro (PSD).
O conselho político do governador Jerônimo Rodrigues, formado pelas principais lideranças das siglas que dão sustentação política ao jeronismo, não terá força suficiente para influenciar no processo sucessório. Na hora da onça beber água, são as três principais personagens do lulismo da Boa Terra - governador Jerônimo Rodrigues, ministro Rui Costa e o senador Jaques Wagner - que vão dar o rumo que a sucessão nos municípios deve tomar, o caminho a ser percorrido.
O governador Jerônimo Rodrigues vai ter muito trabalho nessa articulação de evitar que a desunião na base aliada termine se transformando no maior "cabo eleitoral" do oposicionismo.
Outro ponto é que o chefe do Executivo estadual, por ser candidato à reeleição, tem que conduzir a sucessão municipal com os olhos direcionados para 2026. Mas não pode deixar o PT em uma situação de coadjuvante, sob pena de ficar mais dependente do PSD e, por tabela, do senador Otto Alencar, presidente estadual do partido, que quer eleger 150 prefeitos, incluindo aí os que são candidatos à reeleição.
Essa análise de que a união é imprescindível, condição sem qual é como uma derrota antecipada, serve também para ACM Neto com as agremiações partidárias que fazem oposição ao governo JR, com destaque para o PL do ex-ministro João Roma, que é a única sigla que não está usufruindo das benesses do governo Lula 3.
Citando novamente Itabuna, se não houver a compreensão de que a união da oposição é necessária para evitar o segundo mandato de Augusto Castro, a "virgindade" do tabu da reeleição pode ser quebrada. Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, o prefeito torce para que a vaidade dos adversários se torne cada vez mais intensa e incontrolável.
Portanto, ao governador Jerônimo Rodrigues fica a complicada missão de buscar a unidade na base aliada.
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