A discussão sobre a sucessão de Salvador, em relação a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT), vai ficando cada vez mais longe de um consenso em torno de uma candidatura única.
A disputa ocorre entre a federação Brasil da Esperança, formada pelo PT, PCdoB e PV, e o grupo político do MDB, que tem como pré-candidato ao Palácio Thomé de Souza o vice-governador Geraldo Júnior.
O pega-pega entre o emedebismo e o trio partidário, que tem dois prefeituráveis, Robinson Almeida e Olívia Santana, respectivamente pelo PT e PCdoB, tende a ficar mais intenso com a proximidade do pleito de 2024.
A preocupação do lulopetismo, só demonstrada nos bastidores, é que essa falta de entendimento leve o prefeito Bruno Reis (União Brasil) a liquidar a fatura logo no primeiro turno, via instituto da reeleição.
Vale lembrar que o presidente estadual do PT, Éden Valadares, declarou, depois de um encontro que teve com deputados federais da Bahia, que a sucessão de Salvador é prioridade nacional, deixando nas entrelinhas o recado de que a unidade é imprescindível, que o comando nacional do PT pode tomar uma decisão se for necessário.
O imbróglio entre a federação e o MDB, que tem o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima como presidente de honra, se agravou com a nomeação de uma comissão para tratar da sucessão soteropolitana sem a participação de vereadores do PT, PCdoB e PV.
O que mais chamou a atenção é que a referida comissão será presidida por Fabya Reis, secretaria estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADES). Pelo fato dela ter iniciado sua vida pública no MST, esperava-se uma posição mais firme em relação ao fato dos edis ter ficado de fora da discussão sobre o processo sucessório da capital.
Veja, caro e atento leitor, o que disse um membro da federação, que não quis se identificar, se referindo a Robinson e Olívia : "Eles esperavam que as indicações ocorressem de forma democrática, com o envolvimento de todos os participantes da reunião do último sábado, e não através de um processo impositivo, deixando os vereadores das legendas em Salvador de fora".
Federação PT/PCdoB/PV versus MDB passa a ser uma novela que promete vários capítulos, cada um mais emocionante do que o outro e de domingo a domingo.
A definição de como será o fim da novela, do drama político, das diferentes narrativas, só no ano eleitoral de 2024, perto das convenções partidárias.
Até lá muito confronto, picuinha, disse-me-disse, traições e muitas apunhaladas, sem dó e piedade, pelas costas, não importando se na luz do dia ou na calada da noite.
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