O ex-candidato a presidente da República, Ciro Gomes (PDT), cansou de dizer que magistrado tem que se manter na sua "caixinha", não se enveredando para o caminho da política partidária.
O polêmico e irreverente Ciro Gomes chegou até a aconselhar os magistrados, guardiões da justiça, que tem a precípua função de aplicar a lei, a evitar a exposição na mídia, principalmente para falar de assuntos (ou processos) que estão sob seu julgamento.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), instância máxima do Poder Judiciário, não deveria aceitar o convite do presidente Lula para participar do evento de 7 de setembro, da comemoração da independência do Brasil. A presença de Moraes era tudo que o bolsonarismo queria, alimentando ainda mais o discurso da parcialidade do ministro nas decisões que afetam o ex-chefe do Palácio do Planalto, o "mito" da direita brasileira.
O preceito constitucional de que os Poderes da República têm que ser independentes e harmônicos entre si é um dos arcabouços do Estado democrático de direito, condição - conditio sine qua non - para que o melhor regime do mundo, a democracia, continue firme e inabalável.
Na manifestação da Avenida Paulista, que teve como escopo o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, quem mais recebeu as "religiosas" alfinetadas do pastor evangélico Silas Malafaia, organizador e patrocinador do evento, foi Plabo Marçal, candidato do PRTB na disputa pela cobiçada Prefeitura de São Paulo.
Marçal, além de ter sido impedido de subir no trio, literalmente barrado, foi chamado de "palhaço", "otário" e "frouxo". Malafaia disse que o ex-coach chegou propositadamente atrasado no evento para não discursar. Disse que Pablo tem medo de Alexandre de Moraes.
As declarações do pastor, ditas com sangue nos olhos, foram comemoradas pelos adversários de Pablo, principalmente por Guilherme Boulos, postulante do PSOL na sucessão paulistana.
Jair Messias Bolsonaro voltou a insinuar que o "sistema" impediu sua reeleição, jogando toda a culpa da derrota nas urnas eletrônicas.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que a responsabilidade do fracasso eleitoral foi do próprio Bolsonaro, que deu vários tiros no próprio pé, com destaque para o deboche com a Covid-19, que chamou de "gripezinha".
Os analistas políticos fazem uma previsão de perda de mais de 5 milhões de votos em decorrência da frieza de Bolsonaro diante da pandemia que tirou a vida de milhares de seres humanos.
O conselho de Ciro Gomes, direcionado a todos os magistrados, mais especificamente para os que compõem a Alta Corte de Justiça, continua valendo.
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