O pega-pega entre Manoel Porfírio, eleito vereador pelo PT, e Geraldo Simões, um dos fundadores do partido em Itabuna, vai terminar prejudicando o legítimo projeto de reeleição do prefeito Augusto Castro (PSD).
O edil licenciado, atual presidente da Fundação Marimbeta, líder-mor do PT 2, que defende o apoio da legenda ao segundo mandato do chefe do Executivo, anda criticando Geraldo por conversar com lideranças políticas que votaram em Bolsonaro na última sucessão presidencial.
Para Porfírio, é um absurdo dialogar com bolsonaristas. Ao saber do encontro do ex-alcaide com José Trindade, presidente do diretório municipal do Republicanos, disse cobras e lagartos do "companheiro".
Esquece Manoel Porfírio que o então candidato Bolsonaro, no segundo turno, obteve em Itabuna 52.768 votos, o equivalente a 47,07% dos votos válidos. Lula, do PT, 59.332 sufrágios (52,93%).
Como não bastasse chamar Trindade de bolsonarista, verberou que o dirigente partidário, que segue a liderança do deputado-bispo Márcio Marinho, da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), é um "netista".
Esquece Porfírio que ACM Neto (União Brasil), em Itabuna, no segundo turno da eleição de 2022, para o cobiçado comando do Palácio de Ondina, colocou 25 mil votos de frente para Jerônimo Rodrigues, o candidato do lulopetismo da Boa Terra. O placar foi de 68.739 (61,16%) versus 43.661(38,84%).
Vale lembrar que o prefeito Augusto Castro já tentou cooptar o Republicanos para o primeiro escalão do governo. Na próxima reforma, que é mais política do que administrativa, o gestor vai tentar novamente atrair a legenda de Trindade. Será que Manoel Porfírio vai mudar de opinião caso Augusto consiga atrair o Republicanos para sua gestão ? A pergunta já começa a ser ventilada nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus.
Para Porfírio, ser bolsonarista e netista é fim de mundo. Ter votado em Bolsonaro e ACM Neto é um inominável e gigantesco absurdo. Augusto Castro não precisa dos votos de bolsonaristas e netistas para se reeleger.
Para concluir, se faz urgente que o prefeito Augusto Castro diga ao vereador licenciado que seu problema com Geraldo Simões não pode respingar na sua reeleição.
Enquanto isso, o chefe do Executivo municipal vai fazendo de tudo para se aproximar dos partidos e prefeituráveis identificados com o campo ideológico da direita.
PS - Toda vez que o Conselho Político da base aliada do governador Jerônimo Rodrigues toca no assunto da sucessão em Itabuna, a unânime opinião entre os integrantes é de que é melhor deixar o imbróglio para ser resolvido depois das águas de março fechando o verão do ano eleitoral de 2024. Até lá muito confronto, disse-me-disse e picuinha. O pega-pega entre o PT 1(geraldista) e o PT 2 (augustiniano) tende a ficar cada vez mais acirrado.
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