O título do comentário de hoje lembra a sucessão de Itabuna, com o PT 1 se digladiando com o PT 2, respectivamente a favor de candidatura própria e na defesa do apoio da legenda à reeleição do prefeito Augusto Castro (PSD).
O PT 1, ligado ao ex-alcaide e ex-deputado federal Geraldo Simões, e o PT 2, que tem o vereador Manoel Porfírio como principal liderança, são "dois bicudos que não se beijam", sequer se abraçam. As feridas vão demorar um bom tempo para cicatrizar. Tem muito pus.
Agora temos o PDT 1, tendo como principal liderança Félix Júnior, presidente estadual do partido, versus PDT 2, sob a influência de Leo Prates. Ambos deputado federal. Lembrando ao caro e atento leitor que Prates é presidente da legenda em Salvador e vice da estadual.
O PDT 1 quer se aproximar do governador Jerônimo Rodrigues (PT), fazer as pazes com o lulopetismo da Boa Terra. O PDT 2 apoiar ACM Neto (União Brasil) no pleito de 2026, quando o ex-gestor de Salvador pretende disputar o governo do Estado.
Ana Paula Matos, vice-prefeita de Bruno Reis (União Brasil), que é o chefe do Palácio Thomé de Souza, aliado de primeira ordem de ACM Neto, já declarou que não trabalha com a hipótese do PDT apoiar o segundo mandato de Jerônimo Rodrigues. "O PDT estará com ACM Neto. Foi justamente através de ACM Neto que o PDT me conheceu", declarou a pedetista.
Leo Prates, que não tem um bom relacionamento político com Félix Júnior, que continua com a pulga atrás da orelha, achando que o "companheiro" trabalha nos bastidores para assumir seu lugar no comando estadual do PDT, reafirmou a aliança da sigla com o ex-alcaide soteropolitano e o apoio à sua candidatura ao governo da Bahia.
"A política se faz em grupo e com democracia. Por isso, defendo a mesma posição de Ana Paula de unir forças para fazer o melhor pelo povo da Bahia junto com Neto. Precisamos de mudanças para o nosso Estado e sabemos que os baianos anseiam o mesmo", declarou Leo Prates.
O comandante-mor do PDT, Félix Júnior, conversa com Rui Costa (PT), ministro da Casa Civil do governo Lula 3. A pauta principal é a adesão do PDT à base aliada do governo do Estado, ao lulopetismo da Terra de todos os santos e orixás.
Ao ser questionado sobre a declaração de Ana Paula, Félix, no seu conhecido estilo, levou o assunto para o lado carnavalesco, desdenhando a "companheira" de partido. Disse que o PDT "está na pipoca".
A expectativa, depois desse imbróglio entre o PDT 1 e PDT 2, fica por conta de Carlos Lupi, que tem o controle da legenda fundada pelo saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola. O ministro da Previdência Social vai ficar de que lado, do PDT 1 ou do PDT 2?
Pelo andar da carruagem, o pega-pega PDT versus PDT caminha a passos largos para ficar cada vez mais intenso. O cada qual cuidando do seu quintal, olhando para seus próprios interesses, vai terminar transformando o PDT em uma agremiação partidária que faz lembrar um barco à deriva, a sabor dos ventos e das correntezas, o que significa a perda da identidade, um partido como outro qualquer.
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