O óbvio ululante foi o senador Otto Alencar, na sua visita a Itabuna, declarar que defende a união da base aliada em torno do segundo mandato do prefeito Augusto Castro.
O presidente do PSD da Bahia, legenda do alcaide, também fez elogios aos "companheiros" do PCdoB, PV e ao vereador licenciado Manoel Porfírio, representante-mor do PT 2, que quer o apoio do partido à reeleição do chefe do Executivo.
Não podia ser diferente. Qualquer liderança política de uma agremiação partidária integrante da base jeronista faria o discurso da união. O que não se sabe é o que acontece nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus.
"Vou conversar com Geraldo Simões, que foi prefeito e é meu amigo", disse Otto ao site Políticos do Sul da Bahia. Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que a possibilidade do ex-gestor apoiar Augusto é de 0%.
E tem mais : se algum obstáculo impedir a candidatura de Geraldo, um dos fundadores do PT em Itabuna, a militância geraldista não votaria em Augusto. Partiria para o chamado "voto útil", sufragando quem estivesse com mais chances de derrotar o projeto da reeleição.
De olho nesse "voto útil", o deputado estadual Fabrício Pancadinha, prefeiturável pelo Solidariedade, está sendo aconselhado a não fazer críticas ao PT e a Geraldo Simões. O parlamentar, que de bobo não tem nada, segue à risca o recomendado.
Por outro lado, o PT 1, que defende candidatura própria na federação Brasil da Esperança, formada pelo PT/PCdoB/PV, considera como favas contadas que o trio partidário terá seu postulante ao cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves.
O caro e atento leitor, mais especificamente o que gosta de política, faria a seguinte pergunta : Qual seria a consequência de um eventual apoio de Geraldo a Augusto ? A resposta é no vapt-vupt : o enterro político definitivo do ex-prefeito em uma cova de 13 metros de profundidade.
Otto, muito longe de ser um político ingênuo, sabe que Geraldo sequer vai conversar com Augusto. Se der um bom dia, boa tarde ou boa noite, é por uma questão de educação.
A sucessão de Itabuna vai ser usada pelo senador Otto Alencar como argumento para que a legenda não venha apoiar prefeituráveis do PT em outros municípios, principalmente os que são candidatos à reeleição.
O Conselho Político, formado por lideranças que dão sustentação política ao governo JR, tem o processo sucessório de Itabuna como o mais complicado e sem nenhuma perspectiva de se chegar a um consenso.
Pelo andar da carruagem, a solução para o imbróglio virá de Brasília. É o manda quem pode, obedece quem tem juízo.
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