Pré-candidato a prefeito tem que ter um padrinho, uma liderança política que defenda sua candidatura, o desejo de disputar a sucessão municipal e a legitimidade da pretensão. Do contrário, corre o risco de ficar a ver navios.
Em relação ao processo sucessório de Itabuna, segue abaixo os protetores dos postulantes ao cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves.
O deputado estadual Fabrício Pancadinha (Solidariedade) e o capitão Azevedo (PDT) têm o mesmo padroeiro : ACM Neto, ex-gestor de Salvador e secretário nacional do União Brasil. O ex-candidato a governador vai trabalhar para que Azevedo seja o vice de Pancadinha. Essa composição já está sendo chamada de "Chapa do Povão".
Os prefeituráveis do Republicanos - o médico Isaac Nery e o advogado Dinailton Oliveira - têm o deputado federal Márcio Marinho, presidente estadual da legenda e bispo da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), como padrinho. O ponto de convergência entre os dois pré-candidatos é que ambos procuram um plano B, outro abrigo partidário. Desconfiam que a legenda pode apoiar o segundo mandato de Augusto Castro (PSD).
O engenheiro Chico França, do Partido Liberal, conta com o apoio do ex-ministro João Roma, comandante-mor do PL da Boa Terra, que vai agendar uma data para o lançamento da pré-candidatura de quem vai representar o partido e o bolsonarismo no pleito de 2024.
Geraldo Simões (PT), ex-prefeito de Itabuna em dois mandatos, tem o senador Jaques Wagner como seu maior tutor. Geraldo sabe que se não tiver uma melhora nas pesquisas de intenções de voto, tendo o prazo de 30 dias que antecedem as convenções partidárias como critério definidor, terá muitos obstáculos pela frente, mais especificamente na sua luta para que a federação PT/PCdoB/PV tenha candidatura própria.
Abro aqui um parêntese para dizer que o ex-governador Jaques Wagner não ficou nada satisfeito quando viu seu nome envolvido na declaração do deputado Rosemberg Pinto de que o "sentimento dele" é de apoiar a permanência de Augusto por mais quatro anos como maior autoridade do município.
Por último, o prefeito Augusto Castro com o seu óbvio ululante protetor : o senador Otto Alencar. O angustianismo acredita que o parlamentar terá a força política para pedir ao governador Jerônimo Rodrigues uma posição de neutralidade caso Geraldo Simões saia candidato.
Caberá também a Otto o protagonismo da missão de exigir do chefe do Palácio de Ondina que o presidente Lula não venha a Itabuna, sob pena de sua presença provocar um desalinhamento na base aliada de sustentação política do jeronismo, provocando fissuras na governabilidade.
Os padrinhos vão ter muito trabalho. Vale lembrar que eles são pragmáticos. Basta sentir o "cheiro" da falta de viabilidade eleitoral para dar um chega pra lá no prefeiturável.
PS (1) - Geraldo Simões e Chico França têm a mesma preocupação : conter o radicalismo e a imbecilidade de bolsomínions e lulomínions. Tem petistas dizendo que não quer o voto em Geraldo de quem votou na reeleição de Jair Messias Bolsonaro. Parece fake news, mas é notícia verdadeira. Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, Amém. Diria o saudoso e inesquecível jornalista Eduardo Anunciação, hoje em um lugar chamado de eternidade.
PS (2) - Entre os apoiadores mais lúcidos de Chico França e Geraldo Simões, a unânime opinião é de que o extremismo ideológico já prejudica a campanha do petista e do liberal.
PS (3) - A modesta Coluna Wense caminha para atingir 5 mil leitores por dia, incluindo aí vários municípios e a capital do Estado. Na vizinha e irmã cidade de Ilhéus já é lida por uma grande quantidade de pessoas. Um muito obrigado a todos. O compromisso da Coluna Wense é com o leitor, com você, que é infinitamente mais importante do que os políticos.
Marco Wense
Itabunense, Advogado e Articulista de Política
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